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Medalhista do Irã é acusado de terrorismo e grupo pede que COI o suspenda

Javad Foroughi foi o primeiro medalhista iraniano no tiro esportivo - Tauseef MUSTAFA / AFP
Javad Foroughi foi o primeiro medalhista iraniano no tiro esportivo Imagem: Tauseef MUSTAFA / AFP

Do UOL, em São Paulo

29/07/2021 09h28

O iraniano Javad Foroughi conquistou a medalha de ouro no tiro esportivo com pistola de ar de 10m nas Olimpíadas. Após a conquista olímpica, o pedido de uma organização chamou a atenção: o grupo iraniano de direitos humanos "Unidos por Navid" acusa o medalhista de fazer parte de uma organização terrorista no país.

O grupo pede ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que suspenda a medalha de Foroughi e investigue a participação do atleta nos Jogos de Tóquio. Como atletas de outras delegações, incluindo alguns brasileiros, o medalhista é integrante das forças armadas do Irã. A acusação se baseia no fato de que a divisão de Foroughi - a Guarda Revolucionária Islâmica - é catalogada pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) como grupo terrorista.

O grupo "Unidos por Navid" defende que a medalha do atirador é uma prova de que o COI "é cúmplice da promoção do terrorismo e de crimes contra a humanidade". A entidade máxima das Olimpíadas emitiu nota dizendo que todos os atletas olímpicos "se adequam a regras internacionais que validam a participação em competições". A nota termina ressaltando que diversos atletas fazem parte das forças armadas de seus países.

Javad Foroughi fez história no Irã por ser o primeiro medalhista olímpico da história do país no tiro esportivo. O atleta é o integrante mais velho da delegação, com 41 anos. O desempenho de Foroughi justifica a conquista: dos 24 tiros que disputou, 18 foram na cada dos 10 pontos e todos os demais, acima de 9.

A organização "Unidos por Navid" se apresenta como defensora dos direitos humanos. Liderada pela ativista Masih Alinejad, a organização é composta por outros atletas, e defende que o COI e a Fifa suspendam a delegação iraniana de competições oficiais. O grupo acusa o Estado iraniano pela execução do lutador Navid Afkari, condenado a morte em 2020 pelo de assassinato de um segurança e formação de grupo rebelde.