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Brasil bate a Argentina por 25 a 23 no handebol e segue vivo nas Olimpíadas

Do UOL, em São Paulo

29/07/2021 22h34

Foi no sufoco, mas o Brasil segue vivo na disputa por uma medalha no torneio masculino de handebol nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Depois de perder para os adversários considerados mais difíceis do grupo —Noruega, França e Espanha—, o time foi para o tudo ou nada e bateu a Argentina por 25 a 23. Com o resultado, ainda tem chances de classificação para a próxima fase.

O Brasil chegou a abrir dez gols de vantagem, se desconcentrou no segundo tempo, permitiu a reação do maior rival continental, mas, no fim, venceu. De quebra, eliminou a Argentina dos Jogos Olímpicos.

O último adversário da seleção no grupo B será a Alemanha, 4ª colocada, que perdeu para a Espanha e para a França, mas também venceu a Argentina. As equipes se enfrentam no domingo (1º de agosto), às 7h30 (horário de Brasília). Os quatro primeiros de cada grupo se classificam, então, o único caminho para a equipe brasileira avançar para as quartas de final é, de novo, a vitória.

"Começamos muito bem no primeiro tempo, o Ferrugem foi excepcional e a defesa acertou tudo o que havíamos combinado. Estávamos conseguindo fazer, no ataque, as jogadas que treinamos, mas caímos de ritmo no segundo tempo. Isso tem acontecido durante a competição, temos que manter o nível e que isso sirva de lição para o jogo contra a Alemanha", disse o ponta-direita Rudolph Hackbarth.

Ferrugem é o nome dele

Brasil e Argentina vinham de três derrotas em três jogos na competição. E quem perdesse estaria fora da competição. A seleção brasileira tinha sido superada por Noruega (27 a 24), França (34 a 29) e Espanha (32 a 25). Já os argentinos foram derrotados por França (33 a 27), Alemanha (33 a 25) e Noruega (27 a 23).

A seleção foi impecável no ataque durante a primeira etapa e se aproveitou de falhas da defesa argentina para impor uma boa vantagem no placar. A superioridade numérica também foi valorizada, já que a Argentina sofreu com as exclusões de dois minutos.

Mas quem brilhou mesmo foi Ferrugem. O goleiro fez lindas defesas —uma delas, aos 23 minutos, rapidamente se transformou em um ataque preciso, ao passar par Ponciano finalizar contra o gol sem goleiro da Argentina. No ataque, João Pedro e Haniel foram os destaques.

Com uma eficiência ofensiva de 74%, o Brasil seguiu incomodando a defesa argentina. Os hermanos, porém, seguiam sofrendo com o volume de jogo de Ferrugem. O arqueiro brasileiro parou o ataque adversário com oito defesas. Assim, o Brasil foi para os vestiários com uma vantagem confortável: 14 a 7.

Oscilação no segundo tempo

Sem se encontrar em quadra, a Argentina sofreu com as punições por dois minutos, e teve ainda um jogador expulso nos primeiros cinco minutos da segunda etapa. Haniel partiu para o confronto e Martínez deu o combate. Em um primeiro momento, o juiz deu a punição por dois minutos —Moscariello já cumpria a mesma punição naquele exato momento—, mas ao consultar o árbitro de vídeo, decidiu pela expulsão. Em vantagem, o Brasil aproveitou, e dobrou o placar: 20 a 10 com menos de 10 minutos.

Se Ferrugem apareceu bem, Rangel não deixou por menos. Na rotação de jogadores do Brasil, o goleiro vibrou com uma grande defesa em um chute na altura da linha da área.

Brasil se complica

O roteiro parecia conhecido —assim como nos primeiros jogos, em um momento de desatenção, a Argentina cresceu no jogo e encostou no placar. O Brasil apostou nos arremessos rápidos, mas não contava com uma mudança de postura da Argentina, e perdeu muitos gols na linha dos seis metros.

Final dramático

Na reta final, a Argentina ensaiou uma reação. Aproveitando que o Brasil se desconcentrou na partida, com muitas perdas de bola no ataque, a vantagem caiu e o jogo, que parecia fácil, teve uma reta final eletrizante. A Argentina era melhor nos dois lados da quadra, com volume defensivo e atacando sem goleiro, para tentar criar superioridade ofensiva.

Aos 25 minutos, a Argentina diminuiu a diferença para apenas dois gols. Com muita catimba e reclamação em quadra, o Brasil conseguiu um tiro de sete metros e uma punição valiosa para a Argentina. Rudolph converteu a cobrança e garantiu a diferença no placar. Aos 28, Haniel arriscou para o gol sem goleiro, mas de longe, bateu para fora. Na resposta da Argentina, Ferrugem brilhou mais uma vez, e impediu o 22º gol.

Tempo e fim!

Faltando alguns segundos para o apito final, o técnico brasileiro pediu tempo para organizar a ofensiva final do Brasil. Em jogada desenhada por Léo, ídolo da seleção que hoje faz parte da comissão técnica, Vinícius Teixeira marcou um golaço após passe de Gustavo, que achou o jogador no meio da barreira. Vitória do Brasil!