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Pigossi e Stefani vencem dupla dos EUA e vão à semifinal do tênis

Laura Pigossi e Luisa Stefani comemoram vitória sobre Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula nas Olimpíadas de Tóquio - Lucy Nicholson/Reuters
Laura Pigossi e Luisa Stefani comemoram vitória sobre Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula nas Olimpíadas de Tóquio Imagem: Lucy Nicholson/Reuters

Demétrio Vecchioli

Do UOL, em Tóquio

28/07/2021 04h55

Contando comigo, apenas 39 pessoas viram, in loco, um momento histórico do tênis brasileiro, nesta quarta-feira (28), em Tóquio. Jogando em uma quadra periférica, sem torcida na arquibancada, sem cinegrafistas e sem transmissão para o Brasil, Laura Pigossi e Luísa Stefani se tornaram apenas a segunda e a terceira brasileiras a alcançarem as semifinais de uma Olimpíada. Antes delas, só Fernando Meligeni, em Atlanta-1996, foi tão longe.

Como ele terminou na quarta colocação, Laura e Luísa vão, no mínimo, igualar a campanha do aguerrido ex-tenista. Mas ainda faltam dois jogos para elas e, se ao menos uma vitória vier, elas serão as primeiras tenistas brasileiras com uma medalha olímpica.

No jogo de hoje, assim como já havia sido na estreia e na segunda rodada, as brasileiras não eram favoritas. Longe disso. Luisa Stefani, de 23 anos, até se tornou figurinha tarimbada dos principais torneios do circuito profissional e ocupa a 23ª colocação do ranking mundial de duplas, mas Laura, três anos mais velha, é apenas a 188ª colocada.

Do lado americano, Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula são, respectivamente, a número 13 e a número 51 do ranking de duplas. Pegula ainda é a 27ª de simples. No papel, as brasileiras não teriam chance. Mas, na quadra 5 do centro olímpico de tênis de Tóquio, diante de poucos jornalistas (todos brasileiros) e as respectivas comissões técnicas, o que se viu foi um jogo parelho.

As norte-americanas começaram melhor e, sem deixar as brasileiras confirmarem o serviço, venceram por 6 a 1, em apenas 24 minutos. Depois de uma conversa entre elas no intervalo, as brasileiras voltaram melhor e abriram 4 a 1 no segundo set.

Mas Mattek-Sands e Pegula remaram e encostaram no placar, fazendo 4 a 3. Quando o jogo o set estava 5 a 4 para as brasileiras, no saque norte-americano, as rivais tiveram diversas chances de fechar, no game mais longo da partida, mas acabaram sucumbindo a uma atuação decisiva de Pigossi.

No terceiro set, um super trie-break, as brasileiras pareciam mais inteiras fisicamente, e também mais determinadas a buscar uma vitória para a história, e consolidaram o resultado com 10 a 6, fechando o jogo em 2 a 1.

Campanha

Na primeira rodada, Pigossi e Stefani surpreenderam ao vencer a dupla canadense Gabriela Dabrowski e Sharon Fichman, cabeça de chave número 7 da competição. O triunfo veio por 2 sets a 0, com parciais de 7 a 6(3) e 6 a 4, em 1h33min de partida.

Pigossi e Stefani continuaram a ótima campanha em Tóquio-2020 vencendo por 2 sets a 1, e de virada, as tchecas Karolina Pliskova e Marketa Vondrousova nas oitavas de final.

Na semifinal, as brasileiras enfrentam quem vencer o confronto entre Ellen Perez/Samantha Stosur, da Austrália, e Belinda Bencic/Viktorija Golubic, da Suíça. Mais uma vez, o time do Brasil é azarão. Stosur já foi número 4 do mundo, mas hoje, aos 37 anos, é a 188ª do mundo. Já Bencic é a 12ª de simples atualmente.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no texto, Laura é três anos mais velha que Luisa, e não seis. A informação foi corrigida.