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Abner estreia com vitória no boxe e avança para as quartas em Tóquio

Colaboração para o UOL, de São Paulo

27/07/2021 06h40

Abner Teixeira estreou com vitória nas Olimpíadas 2020. O boxeador de Osasco enfrentou na manhã desta terça-feira (27) o britânico Cheavon Clarke pelas oitavas de final da categoria peso pesado e venceu o combate por decisão dividida dos árbitros.

Esperança do Brasil para quebrar um tabu dos peso pesados nas Olimpíadas, Abner terá pela frente o jordaniano Hussein Iashaish. A luta, válida pelas quartas de final, está marcada para as 7h30 (de Brasília) do dia 30. Vale lembrar que o boxe não tem disputa do terceiro lugar. Por isso, mais uma vitória do brasileiro já garante pelo menos uma medalha de bronze.

Clarke foi mais ofensivo no primeiro round, se expondo mais nos golpes e forçando Abner a se defender. O brasileiro conseguia acertar mais golpes no contra-ataque, mas três dos cinco jurados entenderam que a vitória no round foi do britânico.

"Estreia olímpica que chama essa pressão. O adversário era duro, ranqueeado. A luta foi dura, misturada com a estreia, mas eu sinto que consegui fazer o que eu estava disposto a fazer. Segui a estratégia de fazer o que foi pedido. Cansei um pouco no final, mas acho que foi normal, porque foi uma luta bem tensa", comentou o brasileiro após a vitória.

Fazendo jus ao apelido "canhoteiro", Abner partia para cima de Clarke com a esquerda, principalmente para encaixar o segundo golpe das combinações. Os jurados observaram essa tendência e foram maioria a favor do brasileiro no segundo round.

O terceiro e último assalto foi mais travado, o que exigiu intervenção do árbitro em três ocasiões. Clarke acertou mais cruzados na reta final do round, mas não foi o bastante para reverter a vitória de Abner na decisão dos juízes.

Surgido de um projeto social em Sorocaba, Abner, de 24 anos, está em sua primeira Olimpíada. Em 2019, ele foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima.

"Eu estava falando com um amigo que quando a gente começou, em 2012, estávamos acompanhando as Olimpíadas. A gente tinha acabado de treinar boxe e eu olhava como se fosse algo inalcançável. Em 2016 eu fiz parte da base de treinamentos da equipe no Rio, e hoje eu estou aqui", disse.