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Após perder bronze, Titoneli ganha colo de Falavigna, medalhista e ídolo

Milena Titoneli, do Brasil, disputou com a marfinense Ruth Gbagbi o bronze do taekwondo feminino, categoria até 76kg, dos Jogos Olímpicos de Tóquio - Gaspar Nóbrega/COB
Milena Titoneli, do Brasil, disputou com a marfinense Ruth Gbagbi o bronze do taekwondo feminino, categoria até 76kg, dos Jogos Olímpicos de Tóquio Imagem: Gaspar Nóbrega/COB

Beatriz Cesarini

Do UOL, em Tóquio

26/07/2021 09h58

A brasileira Milena Titoneli não segurou as lágrimas ao avaliar sua caminhada nas Olimpíadas de Tóquio. Ela perdeu a chance de conquistar uma medalha de bronze em sua estreia no maior evento esportivo do mundo ao ser derrotada hoje (26), no Makuhari Messe Hall, pela marfinense Ruth Gbagbi na categoria até 67kg do taekwondo. Triste após a luta, ela recebeu um abraço de consolo de Natália Falavigna, medalhista e sua ídolo.

"Eu me emociono para falar, porque teve muita superação, tive que abrir mão de muita coisa para estar aqui. Graças a Deus eu tive pessoas boas por perto. Chegar até aqui já é uma grande vitória. Quase desisti, foi muito difícil, tive que vencer muitas coisas para estar aqui. Apesar de ter perdido, estou muito feliz de verdade. Lutei de igual para igual, mas as adversárias foram superiores", destacou.

"Não tenho palavras para a Natália, ela é incrível. Sempre me ajudou e eu me inspiro muito nela. Ela é quem mudou o taekwondo brasileiro, quem nos deu as primeiras esperanças e a primeira medalha olímpica. Espero ser do nível dela ou melhor. Ela sempre me motivou muito. Agora nós estamos mais próximas do que nunca, ela me deu muitos conselhos não só antes, mas durante o ciclo inteiro. Isso me fortaleceu muito para entrar ainda mais forte e acreditando em mim", acrescentou a atleta.

Natália Falavigna é a primeira medalhista olímpica brasileira no taekwondo (em 2008) e, nas Olimpíadas de Tóquio, trabalha como chefe de equipe. Ainda em conversa com os jornalistas, Milena relembrou do quanto sempre foi fã da ex-atleta e destacou a importância dela em sua jornada.

"Em 2012, quando ela foi para Londres, ela treinava em São Caetano e eu tive a oportunidade de conhecê-la. Mostrei a foto desse encontro para ela hoje. Eu lembro de colocar o despertador para tocar e assistir ela na minha televisão de tubo pequenininha. Torci muito por ela, ela foi muito guerreira e eu sempre me inspirei muito nela, não só como atleta, mas como profissional. Ela é quem organiza tudo, está sempre com os atletas, então não tenho palavras. Espero ser como ela um dia", disse a brasileira.

Natália ficou muito honrada com o reconhecimento de seu legado. Em Tóquio, ela tem matado a saudade dos tempos de atleta olímpica, mas frisou que as estrelas são os lutadores e ela está focada em ajudá-los a evoluir em busca de vitórias.

"Na minha carreira como atleta, pude conquistar meus objetivos. Vendo a Milena hoje, vejo que eles não ficaram só comigo. Essa é a maior grandeza que um atleta pode construir. Fazer com que o seu sonho cresça nos outros. O atleta precisa dessa caminhada, eu não tive tanto essa referência. Por isso eu tento deixar o atleta percorrer o seu caminho e poder ficar tranquilo e confiante para representar o Brasil", afirmou.