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Bolt cogitou voltar a correr: 'Existe um vácuo após minha aposentadoria'

Usain Bolt faz seu famoso gesto em sua despedida no Mundial de Atletismo - Phil Noble/Reuters
Usain Bolt faz seu famoso gesto em sua despedida no Mundial de Atletismo Imagem: Phil Noble/Reuters

Do UOL

Em São Paulo

25/07/2021 14h44

A lenda do atletismo, o jamaicano Usain Bolt, se aposentou das pistas em 2017, mas isso não quer dizer que o espírito esportivo tenha o deixado. Prova disso é que ele, agora com 34 anos, cogitou abandonar a aposentadoria há alguns meses, antes do início das Olimpíadas de Tóquio. Foi dissuadido pelo treinador Glen Mills, que esteve com ele nas conquistas olímpicas e mundiais.

"Quando comecei a ver o trabalho e a energia de todos nas competições fiquei empolgado, porque eu gosto muito do esporte. Mas aí fui perguntar para meu treinador: 'Vamos?' E ele disse que não topava", contou o ex-atleta ao GE.

O ex-atleta torce para que apareça alguém que preencha o vácuo deixado com a aposentadoria dele. "Existe um vácuo que precisa ser preenchido. Espero que alguém apareça. Mas eu sempre expliquei para todos que não é só porque era rápido que as pessoas me amavam. E, sim, também por causa da minha energia, o amor que tinha pelo esporte e as performances que protagonizei. Como depois das provas, com toda a energia que compartilhava com o público. É disso que o povo gosta."

Por falar em público, o jamaicano afirma que "ter as arenas vazias não será fácil para os atletas" em Tóquio. "Será um obstáculo para os atletas, mas eles precisam se concentrar no que é necessário fazer e lembrar da jornada que passaram para chegar até Tóquio. Olimpíadas sem público serão estranhas, mas façam o que tiver de ser feito."

Mesmo longe, Bolt afirmou que está "empolgado" e "ansioso" para ver os Jogos, sobretudo as provas de atletismo, diretamente do conforto de sua casa. "Estou tranquilo por apenas assistir as provas e ver o que acontece. Vou relaxar no meu sofá, tomar uma cerveja e ver o máximo de provas que eu conseguir. Eu desejo o melhor para os atletas jamaicanos, espero que eles consigam ser dominantes como no meu tempo.

"Estou me programando para tentar ver todas as finais. Pode ser que não consiga ver todas as eliminatórias, mas prometo me esforçar, porque sei que o nível estará altíssimo", disse, se referindo às provas de velocidade.

Sobre as sapatilhas tecnológicas que geram polêmicas por ajudarem os atletas a serem mais rápidos, Bolt sentenciou: "Meus recordes mundiais seriam ridículos. Eu provavelmente correria 9.3 segundos nos 100m e 18s nos 200m. As pessoas sempre vão tentar encontrar maneiras inovadoras de correr rápido."

Multimedalhista, Bolt acumulou oito medalhas de ouro em três edições dos jogos: Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016. Além disso, foi 11 vezes campeão mundial e até hoje recordista nas provas de 100m e 200m.