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Tony Ramos revela a paixão pelas Olimpíadas: "Eu adoro os 5.000 metros"

Tony Ramos - João Miguel/TV Globo
Tony Ramos Imagem: João Miguel/TV Globo

Ana Flávia Oliveira

Do UOL, em São Paulo

23/07/2021 17h08

Um dos grandes nomes da teledramaturgia brasilieira, o ator Tony Ramos se declara como um "apaixonado por esportes" E como tal, não quer perder nenhuma prova das Olimpíadas de Tóquio, que, por causa do fuso, acontecem em horários pouco habituais para o público brasileiro. Ele revelou a 'tática' para ver as competições ao vivo: "Eu ponho horário para me acordar", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Eu adoro as competições de 100 metros, eu adoro os 5.000 metros, eu adoro os 800 metros. Eu estou falando de atletismo. Os 5.000 metros é uma prova de resistência que as pessoas pensam assim: 'Ah essa é mole'. Não, não é mole mesmo. Cada raia olímpica tem 400 metros. Então você imagina como está esse atleta na metragem 3.820, sabendo que vai até 5.000".

"Não tem nada mais emocionante para mim do que o final de uma maratona, quando o atleta vencedor está entrando no estádio, e o estádio se levanta, como na Grécia Antiga, quando o soldado está chegando para dar o anúncio de que a guerra tinha acontecido etc, etc, etc. Aí nascem as Olimpíadas, ai nasce a maratona", disse o ator de 72 anos.

Outra competição que ele gosta muito de acompanhar é o decatlon, composta por dez provas do atletismo: 100 metros, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura 400 metros rasos, 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500 metros.

"A prova do decatlon é de uma filigrana que o ser humano tem que atingir. Dez provas, incluindo salto em distância, salto em altura, salto com vara, a corrida em si. Eu me apaixonei sempre por esportes. Sempre".

Tony revelou ainda que coloca o despertador para não perder nenhuma competição. "Eu ponho horário para me acordar. Eu sei quando tem corrida, eu quero ver ao vivo. Não quero ver depois. 'Ah, mas vai gravar, vai passar depois no SportTV ou no Jornal Nacional ou você pode resgatar no Youtube'. Não, não, não. Eu quero ver ali, o calor daquele momento, na hora que está acontecendo", revelou o ator.

Quando questionado sobre os seus ídolos esportivos, Tony brinca: "Está preparada? A lista é grande". Com uma memória prodigiosa, ele cita grandes esportistas brasileiros e estrangeiros de diversas modalidades. No atletismo, destaca dois nomes:

"O nosso campeão dos 800 metros, nossa medalha de ouro nas Olimpíadas dos EUA, o Joaquim Cruz. Só de lembrar do Joaquim dando uma última olhada e já no sprint dos últimos 200 metros... Ele dava duas olhadas para ver se alguém estava chegando, e ele cruza...Eu chorava feito criancinha que tinham roubado doce, sabe? Chorava de alegria, chorava, queria pular," relembra. Quatro anos depois, nos Jogos de Seul, Joaquim Cruz conquistou a prata na mesma prova.

Joaquim Cruz vence os 800 metros em Los Angeles (1984), estabelecendo novo recorde olímpico. O atleta ainda conquistou a medalha de prata na mesma prova nas olimpíadas de Seul (1988) - Steve Powell/Getty Images - Steve Powell/Getty Images
Joaquim Cruz vence os 800 metros em Los Angeles (1984), estabelecendo novo recorde olímpico. O atleta ainda conquistou a medalha de prata na mesma prova nas olimpíadas de Seul (1988)
Imagem: Steve Powell/Getty Images

"Eu sempre gostei dos corredores, dos fundistas. Teve um grande corredor, um tcheco que corria também a São Silvestre. Me lembro dele, a gente queria ver Emil Zatopek correr", disse se referindo ao atleta que participou da edição de 1953 da tradicional corrida em São Paulo. O atleta havia conquistado três ouros nas Olimpíadas de Helsinque, um ano antes. Ele também ganhou um ouro e uma prata na edição dos Jogos de Londres, em 1948.

Ídolos em outros esportes

Entre os esportes olímpicos, o ator destaca nomes em modalidades, como vôlei, natação, judô e basquete. "Eu tenho grandes ídolos nos jogadores de vôlei, no basquete. Grandes ídolos, como Magic Paula, Hortência, Oscar Schmidt, como os jogadores lá de trás, Amaury, Rosa Branca, Adilson... jogadores fantásticos que o Brasil teve, campeões do mundo de 63 no Maracanã. Tem uma geração do basquete brasileiro da década de 1960 até 1970 fantástica. Depois, vamos encontrar Oscar Schmidt, vamos encontrar essas meninas maravilhosas, pioneiras do nosso basquete".

O ator ainda citou nomes como da natação, do judô e da ginástica. "Você tem Cesar Cielo", puxando o acento italiano. "Falam Cielo, mas eu falo 'Tchelo' porque eu faço questão do italiano", pontua, antes de prosseguir: "Grande nadador, meu Deus, que beleza, que técnica! O Gustavo [Borges] outro grande nadador. Os nossos judocas... Você vê o [Arthur] Zanetti. O Zanetti nas argolas. Quando ele para, eu falo 'isso é inumano, não é possível!'. São anos e anos de treinamento."

Arthur Zanetti disputará em Tóquio as Olimpíadas pela terceira vez - Ricardo Bufolin/CBG - Ricardo Bufolin/CBG
Arthur Zanetti disputará em Tóquio as Olimpíadas pela terceira vez
Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Depois de citar dezenas de ídolos, o ator ainda lamenta a possibilidade de ter esquecido algum nome. "Gostaria de estar com eles listados aqui. O desportista tem, de mim, absoluto respeito, principalmente os brasileiros, pelas luta que eles têm para conseguir patrocínio, para conseguir apoio, para conseguir se impor no esporte".

Mas, obviamente, Tony Ramos não esqueceu de nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi, no automobilismo, modalidade que ele também se declara como "apaixonado". E diz serem injustas as críticas a Rubens Barrichello e Felipe Massa.

No futebol, coloca um nome acima de todos em suas memórias de infância: "Sem dúvida, aquele ídolo que eu fotografei. Eu nem sabia o que elegância, mas ouvia meu tio falar e falava 'esse cara é elegante jogando' foi o Zizinho. E na mesma altura, foi Didi, o criador da 'folha seca', que era o chute dado de uma forma que a bola descaia e cobria a barreira".

E, obviamente, ele não esqueceu dos grandes nomes do futebol brasileiro. "Pelé, para mim, é este pedestal em relação a todos os outros", diz fazendo gestos com as mãos. "Garrincha, que eu vi jogar do alambrado... Garrincha era um mágico, era o nosso grande criador. Ele fazia a magia se tornar fácil."