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OPINIÃO

Fernando Meirelles: Entrada dos atletas foi deprimente com cadeiras vazias

Do UOL, em São Paulo

23/07/2021 15h29

Durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, um fator diferente ao que tradicionalmente ocorre foi a ausência de público, o que alterou a dinâmica do evento e o cineasta Fernando Meirelles, um dos responsáveis pela cerimônia do Rio de Janeiro, em 2016, considera que ficou uma cena deprimente os atletas acenando para ninguém.

Em sua participação no programa UOL News Olimpíadas 2020, Meirelles e o também cineasta Andrucha Waddington, que também trabalhou na organização da cerimônia no Rio, comentam a dificuldade de um evento sem a presença de público.

"Estou assistindo a entrada dos atletas e é meio deprimente, as pessoas entram abanando a mão para todos os lados, para um monte de cadeiras vazias, o cara se vira e é tudo vazio, uma coisa meio triste na cerimônia, estou deprimido aqui", diz Meirelles.

"É muito triste, cara. Eu estava vendo jogo de futebol há muito tempo na TV com o estádio vazio, ver a final da Eurocopa com o estádio lotado me deu uma alegria, mas ao mesmo tempo, eu não sei se era o momento certo de abrir", completa.

Por outro lado, Meirelles reconhece que ficou muito difícil para os organizadores a montagem de uma cerimônia sem poder contar com o público e mesmo com um número maior de pessoas que pudessem dar outra dinâmica dentro do estádio, o que renderia críticas devido à pandemia.

"É esquisito, as pessoas olham a cadeira vazia e fazem assim. Evidentemente o Japão saberia encher aquele estádio de gente e fazer um troço espetacular, mas não podia, porque se pusessem mais de 200 pessoas, vai ser criticado e não pode mesmo. Os caras estavam com a mão amarrada", conclui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL