Em busca do recorde de medalhas, Isaquias Queiroz cobra foco de companheiro

Um dos grandes nomes do Brasil na Olimpíada-2020, Isaquias Queiroz vai a Tóquio na tentativa de continuar sua escalada como um dos maiores medalhistas olímpicos do Brasil. Único atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma mesma olimpíada, Isaquias mostra que seu apetite não está voltado só para Tóquio.

"Eu quero garantir as duas medalhas, mas não sei como é ser um dos maiores atletas do Brasil. É uma sensação meio estranha não saber da grandeza das conquistas. Eu não penso em sair daqui sem duas medalhas no pescoço. Posso estar sendo ganancioso, mas treinei muito para isto e eu não quero sair daqui sem este objetivo. Mas posso chegar mais longe ainda. Passando Tóquio, vou tentar chegar a sete medalhas olímpicas", revelou o ambicioso Isaquias, projetando subir ao pódio em Tóquio e em Paris-2024.

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Mas desta vez Isaquias não terá ao lado Erlon Souza. Seu parceiro histórico nas conquistas em duplas na canoagem, Erlon não se recuperou de uma lesão no fêmur e está fora dos Jogos de Tóquio. Assim, no Japão Isaquias vai remar o C2 1.000m ao lado do estreante Jacky Godmann, que tem 22 anos e é da mesma cidade do ídolo da canoagem velocidade brasileira, Ubaitaba. E uma das tarefas de Isaquias é cobrar do novo companheiro o mesmo nível de comprometimento e excelência do antigo parceiro.

"Eu e o Erlon a gente foi criando uma vontade de fazer a canoagem brasileira virar uma potência, ser reconhecida, ter visibilidade. Por isso que a gente treinou e se dedicou. O Erlon, mesmo machucado, treinou, forçou para tentar chegar aos Jogos. Então eu falava para os meninos que se o Erlon, que estava ali morrendo de dor, não parava de treinar, eles também tinham de treinar até saírem do treino morrendo de dor", explicou campeão mundial e medalhista olímpico.

"Eu fico muito feliz em estar ajudá-lo. O Isaquias é o meu ídolo. Estou feliz em compartilhar o barco com ele. Espero ajudar no sonho dele. É o meu sonho também estar aqui. Espero que ele consiga as medalhas que está falando e que eu possa fazer parte disso", completou Jacky.

Isaquias e Jacky já remaram juntos a etapa de Szeged, na Hungria, da Copa do Mundo de Canoagem, em maio. E, lá, diante de praticamente todas as principais duplas do mundo, ganharam o bronze, atrás apenas da dupla alemã Sebastian Brendel e Tim Hecker, que foi ouro, e da cubana, composta por Serguey Torres Madrigal e Fernando Dayan Jorge Enriquez, que foi prata.

"Eu e o Jacky estamos bem, mas temos que mostrar para o Brasil do que a gente é capaz. Falta o resultado, mostrar que a gente pode ganhar uma medalha", resumiu Isaquias.

Em Tóquio, Isaquias também vai competir no C1 1.000m — o C1 representa que a prova é de canoa para uma pessoa —, em que é o atual campeão mundial.

"Não foi fácil chegar onde cheguei, não é para todos representar o Brasil, ainda mais com chance de medalha. Vamos medir forças do dia 2 até o dia 7. Depois descansar e começar a preparação até Paris", finalizou Isaquias, certo de que seguirá fazendo história.