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Principal patrocinadora "se esconde" para evitar vinculação às Olimpíadas

De máscara contra o coronavírus, homem anda em frente a um dos banners dos Jogos Olímpicos de Tóquio - TTakashi Aoyama/Getty Images
De máscara contra o coronavírus, homem anda em frente a um dos banners dos Jogos Olímpicos de Tóquio Imagem: TTakashi Aoyama/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/07/2021 10h00

A menos de uma semana do início das Olimpíadas, a Toyota, uma das principais patrocinadoras dos Jogos de Tóquio, decidiu não veicular comerciais relacionados à competição. Akio Toyoda, presidente da companhia, também recusou participar da cerimônia de abertura, marcada para a próxima sexta-feira (23). As informações são do jornal japonês Yomiuri Shimbun.

A empresa produziu comerciais que mostravam a perspectiva da Toyota para os Jogos, mas decidiu que vai apenas mostrar os feitos dos atletas patrocinados pela empresa durante a Olimpíada.

"As Olimpíadas estão se tornando um evento que não conquistou a compreensão do público", afirmou a empresa, em comunicado nesta segunda-feira (19).

Aproximadamente 60 empresas japonesas desembolsaram US$ 3 bilhões pelos direitos de patrocínio das Olimpíadas de 2020. Como a Toyota, elas enfrentam o dilema sobre se devem ou não vincular suas marcas a um evento que até agora não tem apoio popular.

Pesquisa do jornal Asahi Shimbun mostrou que 55% dos entrevistados se opõem à realização dos Jogos, com 68% duvidando se a organização vai conseguir controlar as infecções por coronavírus. A preocupação da população japonesa recai sobre abrigar um evento com dezenas de milhares de atletas, oficiais e jornalistas estrangeiros e se isso não vai acelerar as taxas de infecção na capital do Japão e introduzir variantes mais infecciosas ou mais mortais.

A Toyota ainda fornecerá 3.340 veículos, incluindo veículos elétricos, para o transporte de atletas e funcionários, quase o mesmo número planejado originalmente. Também fornecerá robôs para uso em várias arenas ou locais de competição.

Quem já acertou seu vínculo com a Olimpíada não sabe o que fazer porque teme ter repercussão negativa para a sua marca. A situação é mais cômoda para quem não tem nenhuma ligação com o evento. É o caso de Hiroshi Mikitani, CEO da gigante do comércio eletrônico Rakuten, que chamou os Jogos de Tóquio de "missão suicida".

A Copa América realizada no Brasil no último mês passou por processo semelhante. Inicialmente, o torneio continental estava marcado para a Colômbia, que desistiu por problemas políticos. Com a desistência da Argentina por causa do agravamento da pandemia de covid-19, a CBF se colocou à disposição da Conmebol e realizou a competição às pressas.

Preocupados com o risco à reputação, Mastercard, Ambev e Diageo desistiram de expor suas propagandas na Copa América e não quiseram vincular suas marcas ao evento.