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Zanetti é prata e vê maior rival garantir vaga olímpica na última chance

Eleftherios Petrounias é o atual campeão olímpico das argolas - Matthias Hangst/Getty Images
Eleftherios Petrounias é o atual campeão olímpico das argolas Imagem: Matthias Hangst/Getty Images

Amanda Romanelli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/06/2021 16h21

A etapa de Doha da Copa do Mundo de ginástica artística era a última chance para que o grego Eleftherios Petrounias, ouro nas argolas na Rio-2016, conquistasse a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. E ele lidou com a pressão da forma que se espera de um campeão olímpico: foi o último a se apresentar e venceu com uma grande performance. O brasileiro Arthur Zanetti, que buscará nas Olimpíadas do Japão o feito inédito da terceira medalha consecutiva nas argolas, ficou com a segunda colocação.

Petrounias precisou ter paciência e sangue frio para garantir a vaga em Tóquio. O grego não conseguiu a vaga no Mundial de Stuttgart, em 2019, principal evento classificatório às Olimpíadas, porque ficou fora do pódio (4º colocado). Restava a ele buscar pontos e garantir a vaga pelo ranking estabelecido pela Federação Internacional de Ginástica.

A pandemia do coronavírus atrapalhou o calendário de competições. E Petrounias chegou à etapa no Catar (que deveria ter sido disputada em março, mas acabou postergada por causa da pandemia) precisando não só vencer, mas tendo que alcançar na final uma nota acima de 15.333, para superar o líder do ranking, o chinês Liu Yang.

Na classificação, realizada quarta-feira (23), Petrounias avançou à final com a melhor nota, 15.133, mas que seria insuficiente para superar Yang no ranking. Nesta sexta (25), na decisão, o campeão olímpico foi o último dos oito atletas a se apresentar e garantiu a vaga para Tóquio com 15.500. Ao fim da apresentação, encerrada com uma saída cravada, já começou a comemorar e recebeu os cumprimentos do rivais.

Zanetti é segundo na volta às argolas após 15 meses

O brasileiro Arthur Zanetti, campeão olímpico em Londres-2012 e prata na Rio-2016, não disputava uma competição oficial desde março de 2020. Ele estava no Azerbaijão, para a etapa da Copa do Mundo de Baku, quando o mundo começou a ser fechado por causa do avanço da covid. Tanto que o torneio foi paralisado, e os atletas disputaram apenas a classificação.

A etapa de Doha, 15 meses depois, marcou o retorno de Zanetti às argolas em uma competição oficial. Na classificação, teve o terceiro melhor resultado (14.666), e, na final, com uma série com um pouco mais de dificuldade, melhorou posição e nota: foi o segundo com 14.933. O brasileiro fazia parte do grupo escalado para o Campeonato Pan-Americano do Rio, realizado no início do mês, mas foi poupado por causa de uma inflamação no ombro direito.

"Foi muito bom ter voltado a competir depois de tanto tempo. Eu tinha esperança de competir no Pan mas acabei ficando afastado para prevenir o meu ombro. Foi uma competição muito forte, com todos os atletas com uma nota de partida muito igual e as notas finais muito altas. Estou muito feliz de ter conquistado a prata e agora vou trabalhar duro nesta reta final para as Olimpíadas", disse o brasileiro.

Zanetti busca um feito inédito: nenhum atleta das argolas, na história, conseguiu ganhar três medalhas olímpicas. No ano passado, o brasileiro passou seis meses longe do ginásio onde treina, em São Caetano do Sul, por causa da pandemia. Nesse período, só retomou o trabalho nos aparelhos na Missão Europa, quando ficou um mês, entre julho e agosto, em Portugal. Logo após esse estágio de treinos, tornou-se pai de Liam.

Além de Zanetti, outros brasileiros estão competindo em Doha, e a seleção brasileira deve permanecer no Catar até a viagem para o Japão, como forma de diminuir a transição para o fuso horário do país olímpico.

Caio Souza também disputou a final das argolas e ficou em quinto, com 14.566. Rebeca Andrade, classificada para os Jogos Olímpicos, foi campeã das paralelas assimétricas (14.500) e ainda disputa, amanhã, a final da trave, junto com Flávia Saraiva, também garantida em Tóquio.

Lorrane Oliveira, que não estará nas Olimpíadas, foi a terceira nas assimétricas (13.400) e, neste sábado, competirá na final do solo. Ela vai apresentar novamente o seu elemento, o Oliveira, uma evolução do duplo twist carpado de Daiane dos Santos. Também amanhã, Arthur Nory disputará a final da barra fixa, aparelho em que é o atual campeão mundial, junto com Francisco Barretto Jr.