O atletismo viveu os últimos três ciclos olímpicos sob um eclipse solar. Um fenômeno que deveria ser raro, mas que, para a sorte do esporte mais aguardado dos Jogos Olímpicos, durou 12 longos anos. Um incomum alinhamento entre o sol e a lua, que tira a luz dos mortais.
Não há historicamente, no atletismo, nenhuma prova tão importante quanto os 100 metros rasos masculinos. Por mais de uma década, coincidiu que o maior atleta do mundo fosse um especialista exatamente nesta distância. Por mais que se procure um novo Usain Bolt, ele não vai aparecer tão cedo. Ao menos não em Tóquio-2020, que terá a final dos 100m às 9h50 (de Brasília) deste domingo (1º).
Não que faltem estrelas para brilhar no centro do novíssimo Estádio Olímpico de Tóquio. É só que desta vez eles e elas estão espalhados pela galáxia de 46 provas do esporte que mais distribui medalhas nos Jogos Olímpicos. É também o que tem representantes de mais países e o que compõe a maior equipe da grande parte das delegações.
Em Tóquio, vale a pena ligar a televisão para assistir nomes como Armand Duplantis, Elaine Thompson, Karsten Warholm e Letesenbet Gidey. Nos 100m masculino, no entanto, não há ninguém que mereça atenção da mídia a cada passo, como foi em Pequim, em Londres e no Rio com Usain Bolt.
Nas bolsas de apostas, o mais cotado para ser campeão dos 100m é Trayvon Bromell, seguido de Ronnie Baker, ambos norte-americanos. Mas é improvável que haja um novo eclipse por agora. O raio não cai duas vezes no mesmo lugar.