Pódio certo

Em quais esportes o Brasil mais conquistou medalhas nos Jogos Olímpicos

Arthur Sandes Do UOL, em São Paulo Tom Pennington/Getty Images

O Time Brasil chega ao Japão com 129 medalhas conquistadas na história dos Jogos Olímpicos. Deste total, a modalidade que mais contribuiu foi o vôlei, justamente uma das quais os brasileiros defendem favoritismo em Tóquio.

Foram 23 medalhas conquistadas no vôlei, incluindo as 13 do vôlei de quadra e mais dez do de praia, afinal o Comitê Olímpico Internacional (COI) considera os dois partes do mesmo esporte nas Olimpíadas. Não fosse este critério, o esporte líder do ranking de medalhas brasileiras seria o judô (22), seguido pela vela (18).

Abaixo, o UOL Esporte lista todos os esportes em que o Brasil subiu ao pódio na história dos Jogos Olímpicos, desde as primeiras medalhas, conquistadas no tiro esportivo na Antuérpia-1920, portanto há 101 anos, até as 19 que saíram na Rio-2016 —um recorde do país em uma única edição.

Tom Pennington/Getty Images
Folhapress

Vôlei, 23 medalhas

As gerações marcantes do vôlei são um patrimônio do esporte brasileiro na história das Olimpíadas. Tudo começou com a Geração de Prata, em 1984, de Renan e Montanaro (foto) e do inesquecível saque "Jornada nas Estrelas" de Bernard.

Foi este time que abriu as portas do esporte e serviu de inspiração para quem faria o vôlei deslanchar nas décadas seguintes, como lembra o hoje técnico Bernardinho, que estava em quadra. "Foi quando o voleibol se abriu para a população brasileira. Deixou de ser uma coisa meio de elite, meio fechada, para realmente atingir o grande público, a grande massa de praticantes e seguidores", disse em um programa de TV em 2011.

Com o tempo o Brasil foi crescendo no esporte, até se tornar e se manter como uma das principais forças ainda hoje. O mesmo vale para o vôlei de praia, ainda que na areia os brasileiros já não polarizem as conquistas com os EUA, como já aconteceu.

Por tudo isso o vôlei também é o esporte que mais dá ouros olímpicos ao Brasil: são oito no total. E as projeções para esta Olimpíada são boas: a seleção masculina chega com muita moral em Tóquio, e na praia Ágatha e Duda são favoritas ao ouro.

Gaspar Nóbrega/COB

Judô, 22 medalhas

O Brasil vai muito bem também no esporte que melhor explica a relação com o Japão, país-sede da atual Olimpíada: já são nove edições seguidas com pelo menos uma medalha conquistada no judô, e a sequência pode muito bem aumentar em Tóquio.

O primeiro medalhista foi justamente um japonês naturalizado brasileiro, Chiaki Ishii, que foi bronze dos meio-pesados em Munique-1972. O Brasil voltou a ganhar em Los Angeles-1984 (três medalhas), depois a sequência oscilou um pouco até chegar ao auge com quatro pódios em Londres-2012. No Rio de Janeiro foram três: Rafaela Silva (ouro), Mayra Aguiar e Rafael "Baby" Silva (ambos bronze).

Mayra (foto) e Baby já têm duas medalhas olímpicas cada e chegam a Tóquio como esperanças de mais pódios, somados a Maria Suelen Altheman. Mayra Aguiar quase não conseguiu viajar a Tóquio por causa de mais uma lesão grave e cirurgia no joelho, mas voltou a lutar no Mundial, em maio, no qual caiu nas oitavas de final.

Daniel Varsano/COB

Vela, 18 medalhas

Dez por cento das medalhas conquistadas pelo Brasil na história das Olimpíadas têm o sobrenome carimbado de Grael ou Scheidt. Torben Grael e Robert Scheidt têm cinco medalhas cada; um deles se aposentou e passou o bastão para a filha; o outro segue na ativa e está na Tóquio-2020.

Torben se tornou bicampeão olímpico e faturou outras três medalhas de Los Angeles-1984 até Atenas-2004, mesmo período em que seu irmão Lars também esteve em dois pódios. Agora é a vez da segunda geração: Martine Grael já foi ouro com Kahena Kunze na classe 49er FX da Rio-2016, e a dupla busca o bicampeonato em Tóquio.

Já Robert Scheidt segue como atleta olímpico. Ele ganhou medalhas em cinco edições seguidas, de Atlanta-1996 a Londres-2012, incluindo um bicampeonato, e aos 48 anos está em Tóquio para tentar surpreender os favoritos da classe laser.

Getty Images

Atletismo, 15 medalhas

O bicampeonato de Adhemar Ferreira da Silva (foto) no salto triplo, em Helsinque-1952 e Melbourne-1956, abriu caminho para o sucesso do Brasil no atletismo das Olimpíadas. As provas de salto e de velocidade foram as modalidades que mais contribuíram para o quadro de medalhas brasileiro, e só Vanderlei Cordeiro de Lima subiu ao pódio em outra modalidade.

Ele liderava com folga a maratona de Atenas-2004, a mais simbólica das provas olímpicas, quando a sete quilômetros do final foi atacado por um homem e empurrado para fora da pista. Voltou ainda na liderança, mas o susto e a quebra de ritmo eventualmente o derrubaram para o terceiro lugar. Não fez mal: o bronze valeu ouro e uma honraria ainda mais importante, a medalha Pierre de Coubertin.

Em Tóquio, o campeão olímpico Thiago Braz vai ter que se desdobrar para conseguir voltar ao pódio no salto com vara. Quem tem mais chances é Alison dos Santos, nos 400m com barreiras, e a disputa é acirrada no revezamento 4x100m masculino e no arremesso de peso, em que Darlan Romani é candidato ao pódio.

Arquivo/Folhapress

Natação, 14 medalhas

Tetsuo Okamoto foi o primeiro medalhista brasileiro na natação das Olimpíadas, nos 1500 metros livre de Helsinque-1952. Depois Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa (ambos na foto), marcaram época nos Anos 1990, e César Cielo foi o seguinte a assumir o protagonismo.

O Brasil conquistou medalhas na natação em seis das últimas sete edições dos Jogos Olímpicos. A última foi de Poliana Okimoto, a única na Rio-2016, bronze na maratona aquática. Agora é a vez de Ana Marcela Cunha e Bruno Fratus.

Os dois são super campeões, mas buscam em Tóquio a primeira medalha olímpica. Ana Marcela é considerada a melhor da história na maratona aquática e tenta deixar para trás a frustração da Rio-2016, quando teve problemas de alimentação durante a prova; já Bruno Fratus é quem mais vezes na história nadou os 50m livre abaixo dos 22 segundos, mas competiu lesionado há cinco anos.

Atsushi Tomura/Getty Images

Ranking completo

  • Vôlei: 23 (8 ouros, 10 pratas e 5 bronzes)
  • Judô: 22 (4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes)
  • Vela: 18 (7 ouros, 3 pratas e 8 bronzes)
  • Atletismo: 15 (5 ouros, 3 pratas e 9 bronzes)
  • Natação: 14 (1 ouro, 4 pratas e 9 bronzes)
  • Futebol: 8 (1 ouro, 5 pratas e 2 bronzes)
  • Basquete: 5 (1 prata e 4 bronzes)
  • Boxe: 5 (1 ouro, 1 prata e 3 bronzes)
  • Ginástica Artística: 4 (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze)
  • Tiro esportivo: 4 (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze)
  • Canoagem: 3 (2 pratas e 1 bronze)
  • Hipismo: 3 (1 ouro e 2 bronzes)
  • Taekwondo: 2 (2 bronzes)
  • Pentatlo Moderno: 1 (1 bronze)

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