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Anton Geesink (HOL)
EFE

Anton Geesink: quebrando domínio "sagrado" dos japoneses em Tóquio


Nascido em 6 de abril de 1934, na cidade holandesa de Utrecht, Antonius "Anton" Geesink provocou uma das maiores surpresas da história dos Jogos Olímpicos ao vencer a categoria aberta do judô em Tóquio-1964, logo na estréia deste esporte criado por japoneses.

No dia 23 de outubro de 1964, o Japão já tinha vencido a medalha de ouro nas categorias leve, médio e semipesados. Mais de 17 mil japoneses fanáticos estavam no Nippon Budokan Hall para ver Akio Kaminaga, o maior lutador do país, ganhar a quarta e mais importante medalha, a da categoria aberta. Apesar do favoritismo de Kaminaga, o gigante holandês conseguiu se defender da feroz ofensiva do adversário e perto do final, aos 9 minutos e 22 segundos de luta, aplicou uma veloz combinação de golpes que imobilizou seu oponente, conseguindo a vantagem necessária para a vitória.

A derrota de Kaminaga provocou um verdadeiro drama nacional no Japão. Os japoneses foram derrotados em uma modalidade que consideravam sagrada, por um lutador estrangeiro. Dois anos após a derrota, Kaminaga se suicidaria como forma encontrada para pedir perdão pela derrota.

Praticante de judô desde a infância, Anton montou sua própria academia em 1956 e depois se consolidou como professor no Instituto Central de Esportes, em Overgreen. Geesink foi também técnico da equipe holandesa. Campeão europeu da categoria aberta aos 19 anos, ganhou ao todo 18 títulos continentais e foi duas vezes capitão da Holanda no campeonato europeu por equipes.

Retirou-se dos tatames em 1967, depois de se sagrar bicampeão europeu nas categorias peso pesado e aberto, durante o torneio disputado em Berlim. Depois de abandonar a prática ativa do judô, escreveu numerosos livros sobre o esporte e foi nomeado membro do Comitê Olímpico Internacional por Juan Antonio Samaranch. Herói esportivo dos holandeses, tem uma rua na cidade de Utrecht que leva seu nome. Também foi construído um monumento em sua homenagem.
Yasuhiro Yamashita (JAP)

EFE

Yamashita, mesmo contundido, levou ouro nos Jogos de Los Angeles

O judoca japonês Yasuhiro Yamashita, nascido no dia 1º de junho de 1957, é considerado um dos maiores lutadores da história do judô e o melhor a se apresentar em uma Olimpíada. Yamashita conseguiu destaque internacional em abril de 1979, quando aos 19 anos venceu o campeonato japonês, derrotando na final o até então invencível Sumio Endo. Após sua primeira vitória, defendeu o título com sucesso durante oito anos consecutivos.

Discípulo do lendário Isao Inokuma, um extraordinário lutador dos anos 50 e 60, Yamashita se aperfeiçoou no judô no departamento de artes marciais da Universidade de Tokai. Durante sua carreira esportiva, fez 559 lutas, das quais ganhou 528, empatou 15 e perdeu apenas 16 vezes. Todas estas derrotas antes dos 19 anos, pois nunca mais foi derrotado depois de alcançar essa idade. Até parar de competir profissionalmente, Yamashita somou 203 vitórias consecutivas.

Seu recorde é ainda mais impressionante: jamais perdeu para alguém que não fosse japonês. Foi quatro vezes campeão mundial: Paris-1979, Maastrich-1981 (nas categorias pesados e aberta) e Moscou-1983. Nas Olimpíadas de Los Angeles-984, Yasuhiro Yamashita conseguiu um feito notável: mesmo tendo se contundido na fase inicial, venceu todas as suas lutas subseqüentes, chegando à medalha de ouro. Seus rivais, sabendo da contusão, chutavam sua perna lesionada, mas ele conseguiu vencer a dor e levou o ouro mesmo assim.

Técnico e dono de uma força de vontade incomum, foi mestre na arte do Osoto-gari, uma projeção onde o atacante entra em contato com a perna de forma oblíqua, com efeito devastador. Tão grande foi seu domínio neste golpe que, depois de se retirar das lutas, escreveu um livro de sucesso onde explicava, pela primeira vez, sua visão particular desta técnica.

Yanashita encerrou sua carreira de judoca em 1986, vendo cumprido seu sonho de ser campeão olímpico, já que o Japão não participou dos Jogos de Moscou-1980 por causa do boicote à União Soviética. Atualmente, trabalha como instrutor de judô no Japão -treina Kosei Inoue, atual campeão olímpico e tricampeão mundial- e como diretor da Federação Internacional de Judô.
Aurélio Miguel (BRA)
Folha Imagem

Aurélio Miguel, o único judoca do Brasil com duas medalhas olímpicas


O judoca Aurélio Miguel nasceu em São Paulo, em 10 de março de 1964. Aos 4 anos, por determinação do pai, o espanhol Aurélio Miguel Marin, e para amenizar alguns problemas respiratórios, foi levado para praticar judô, primeiro no São Paulo Futebol Clube e depois na academia de Massao Shinohara, no bairro paulistano de Vila Sônia. Aos 7 anos, Aurélio começou a disputar torneios. Em 1972, conquistou seu primeiro título, vencendo o pré-mirim do Torneio Budokan.

A primeira conquista internacional de Aurélio Miguel foi na Finlândia, em 1982, quando ficou na segunda colocação na modalidade por equipes do Campeonato Mundial Universitário. Logo em seguida, conquistou o título pan-americano na categoria meio pesado em Santiago, no Chile.

Em 1983, em Porto Rico, sagrou-se campeão mundial júnior, sendo considerado o melhor judoca do país no ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro. A vitória no Mundial Júnior, quando derrotou soviéticos, japoneses e coreanos, foi um título inédito para o judô brasileiro. Para Aurélio, a vitória foi o passaporte para o Circuito Europeu, que teria grande importância em seu desenvolvimento como judoca. Ainda em 1984, Aurélio Miguel fez um estágio de 60 dias no Japão antes de vencer o Mundial universitário na categoria dos meio-pesados.

Em Seul-1988, Aurélio Miguel ganhou a medalha de ouro na categoria meio-pesado derrotando na final o alemão Marc Meilling. Naquele mesmo ano, tinha conquistado três medalhas de ouro no Circuito Europeu (Bulgária, Alemanha e Hungria), além de vencer o Pan-Americano da Argentina.

O próximo desafio eram os Jogos de Barcelona, em 1992. Depois de quase três anos afastado do treinamento intensivo, por constantes lesões e cirurgias, Aurélio se preparou no Japão, treinando na Universidade de Budo para enfrentar as seletivas que definiriam a equipe olímpica.

No mês de julho, um mês antes dos Jogos, foi nomeado porta-bandeira da delegação olímpica brasileira para a cerimônia de abertura. Entretanto, apesar das expectativas, Aurélio não fez uma boa apresentação, perdendo a primeira luta da repescagem para o russo Dimitri Serguev.

Contundido no ombro esquerdo, Aurélio passou por uma segunda cirurgia, só voltando ao tatame em agosto de 1993. Depois de se afastar das competições oficiais por divergências com a direção da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Aurélio voltou nos Jogos de Atlanta, faturando a medalha de bronze. Em 1997, levantou o heptacampeonato dos Jogos Pan-americanos e foi medalha de prata no Campeonato Mundial disputado na França. Atualmente, mantém sua própria equipe.

  Quadro da modalidade
  País Total
  1º JAP 8 2 0 10
  2º CHN 1 1 3 5
  3º COR 1 1 1 3
 16º BRA 0 0 2 2

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