O paulista Robert Scheidt acabou com o tabu de oito anos sem medalhas de ouro do Brasil em Olimpíadas. A última conquista havia sido dele mesmo, em Atlanta-96. Quatro anos depois, Scheidt ganhou a medalha de prata em Sydney. Mas em Atenas, Scheidt espantou a zebra. E se tornou o segundo brasileiro bicampeão olímpico, repetindo o feito de Adhemar Ferreira da Silva, ouro no salto triplo em Helsinque-1952 e Melbourne-1956.
Com poucos erros durante as regatas, Scheidt chegou ao ouro com 55 pontos | | | | A conquista em Atenas foi sacramentada com um sexto lugar (leia mais) na última regata do campeonato. Antes da Olimpíada, Robert Scheidt apostava na regularidade para conquistar a medalha de ouro. E a aposta estava certa. Na Grécia, ele ganhou o título tendo vencido apenas uma das 11 regatas que disputou. Mesmo assim, liderou praticamente todo o campeonato e subiu ao topo do pódio sem contestações. "Aqui fiz uma preparação excelente, melhor do que nas outras Olimpíadas. Treinei muito e para mim foi uma satisfação ser campeão olímpico com vento fraco", disse Scheidt. Heptacampeão mundial, Robert Scheidt vive uma temporada perfeita. O velejador ganhou todos os campeonatos que disputou em 2004. São dez títulos ao todo, o que o torna imbatível na classe Laser. A trajetória de Robert Scheidt no esporte começou aos 9 anos de idade, quando ganhou do pai o seu primeiro barco e se matriculou na escolinha de vela na represa de Guarapiranga, em São Paulo. No início, Scheidt dividia seu tempo também com o tênis, modalidade que pratica até hoje. Os bons resultados empolgaram o paulistano, que mostrou pela primeira vez seu verdadeiro potencial ao ganhar o Mundial Juvenil, em 1991. Quatro anos mais tarde, Robert Scheidt conquistou o primeiro de seus sete títulos mundiais na categoria principal, tornando-se um dos principais nomes da história do esporte. A conquista em Atenas serve para apagar a frustração deixada pela prata em Sydney. Na Austrália, Scheidt chegou à última regata com vantagem sobre o britânico Ben Ainslie, mas o rival fechou o caminho do brasileiro e navegou rumo ao ouro. Agora, com Ainslie em outra categoria (foi campeão da classe Finn), Scheidt não teve adversário à altura. O único que chegou a ameaçá-lo foi o austríaco Andreas Geritzer. Entretanto, em nenhum momento o europeu demonstrou a disposição de Ainslie de tirar o título de Scheidt. Tranqüilo como sempre, o brasileiro viu o rival ganhar duas regatas. Mas Geritzer não foi tão regular (teve um péssimo 34º logo nas primeiras regatas que atrapalhou toda o seu campeonato) a ponto de ficar com o título. Agora Scheidt tem uma escolha importante a fazer. Antes da Olimpíada, ele estudava a possibilidade de mudar de categoria. Senhor absoluto da Laser, condição comprovada pelo título em Atenas, Scheidt pode navegar com outro barco a partir do ano que vem. Qualquer que seja a escolha, entretanto, a certeza é que o velejador vai estar esperando por bons ventos nos Jogos de Pequim-2008. Leia mais. Confira como o UOL Esporte noticiou a carreira de Scheidt | | | | | |