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Quais foram as maiores zebras das Olimpíadas?

O americano Rulon Gardner (dir) protagonizou o resultado mais improvável da história olímpica. - Billy Stickland/Allsport
O americano Rulon Gardner (dir) protagonizou o resultado mais improvável da história olímpica. Imagem: Billy Stickland/Allsport

01/08/2021 04h00

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Quais foram as maiores zebras das Olimpíadas?
Pergunta de Ronnye Dias, de Belém (PA)

Imagine um atleta tricampeão olímpico, porta-bandeira por três vezes seguidas (Seul 1988, Barcelona 1992 e Atlanta 1996) do segundo país com mais medalhas nas Olimpíadas (Rússia) e invicto por 13 anos. Esse era o russo Aleksandr Karelin, lenda viva da luta greco-romana, na final da categoria até 130 kg em Sidney 2000.

Sem se abalar pelo tamanho do desafio, o americano Rulon Gardner largou na frente na final, marcando o primeiro ponto sofrido por Karelin em seis anos. O desacreditado rival segurou o resultado até o fim e deixou o russo com a prata - e com a aposentadoria após 887 lutas e apenas duas derrotas entre 1982 e 2000.

A queda do "urso russo", um dos apelidos de Karelin, é o resultado mais inesperado da história olímpica. Mas vale mencionar algumas outras zebras que saltitaram pelos jogos:

A modesta carreira olímpica de Sergey Bubka

Sergey Bubka - AFP - AFP
O ucraniano Sergey Bubka, após falhar em sua última participação olímpica, em Sidney 2000.
Imagem: AFP

Outro ex-soviético lendário, o ucraniano Sergey Bubka, foi uma máquina do salto com varas. Entre 1984 e 1994, ele bateu o recorde mundial 35 vezes - 17 ao ar livre e 18 indoor - e só teve a marca ao ar livre (6,14 m) superada em setembro de 2020. Embora tenha vencido seis vezes o campeonato mundial, em Olimpíadas ele viveu uma quase maldição: levou o ouro em Seul 1988, mas nem passou da primeira fase em Barcelona 1992, Atlanta 1996 (por contusão) e Sidney 2000. Bubka nunca sequer superou a marca de 6 m em suas participações olímpicas;

Argentina ouro no basquete masculino em Atenas 2004

Manu Ginobili comemora título olímpico da Argentina em Atenas-2004 - REUTERS/Adrees Latif - REUTERS/Adrees Latif
Manu Ginobili comemora título olímpico da Argentina em Atenas 2004
Imagem: REUTERS/Adrees Latif

A seleção argentina já tinha dado um cartão de visitas dois anos antes de Atenas 2004 ao vencer os EUA na fase de grupos do mundial de basquete que os americanos jogavam em casa. Em Indianápolis, os hermanos acabaram como vice-campeões mundiais. Na capital grega, eles eliminaram os EUA de Lebron James e outras estrelas na semifinal, rumo ao ouro olímpico - foi a única vez em que os americanos não foram campeões olímpicos desde 1992, quando os jogadores da NBA passaram a disputar os jogos;

Konstantino Kenteris é ouro nos 200 m rasos

Konstantinos Kenteris - AFP - AFP
O azarão grego Konstantinos Kenteris vence os 200 m rasos em Sidney 2000.
Imagem: AFP

Ninguém esperava a medalha de ouro do grego nos 200 m rasos em Sidney 2000. Ele foi o primeiro velocista branco a vencer a prova desde o italiano Pietro Mennea em Moscou 1980.

Emil Zátopek vence a primeira maratona da vida em Helsinque 1952

Emil Zatopek (centro), vencedor da São Silvestre de 1953 - Acervo UH/Folhapress - Acervo UH/Folhapress
Depois da trinca 5 mil, 10 mil e maratona em Helsinque 1952, Emil Zátopek (centro) ainda veio ao Brasil em 1953 para vencer a São Silvestre.
Imagem: Acervo UH/Folhapress

Essa foi uma zebra, digamos, de alta classe: Emil Zátopek era uma lenda nas provas de 5 mil metros e 10 mil metros no atletismo olímpico. A "locomotiva tcheca" foi prata nos 5 mil e ouro nos 10 mil em Londres 1948. Em Helsinque 1952, já havia levado ouro nas duas provas e resolveu correr, de última hora, a primeira maratona de sua vida. O resultado? Ouro com recorde olímpico - que também havia conquistado nas provas anteriores.

Billy Mills vence os 10 mil metros em Tóquio 1964

Running Brave (1983) - Longa que acompanha a história de Billy Mills - Reprodução - Reprodução
A história de Billy Mills virou até filme: Running Brave (1983).
Imagem: Reprodução

O nativo americano Billy Mills, da etnia Sioux, chegou aos jogos de Tóquio 1964 como um desconhecido. Ele foi o primeiro não-europeu a levar o ouro nos 10 mil metros e até hoje é o único corredor do continente americano a alcançar este feito. Com uma arrancada inesperada na reta final, ele superou em quase 50 segundos seu melhor até então, com 28:24'4, e estabeleceu o recorde olímpico.

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