Daniela Piedade foi a grande surpresa do Brasil em Atenas. Com atuações destacadas, alternando-se como ponta e pivô, foi a vice-artilheira do time, com 29 gols em sete jogos.
Vizinha do autódromo de Interlagos, em São Paulo, Daniela sonhava em fazer carreira no automobilismo. Como o esporte era "caro demais", escolheu o handebol em 1993, entre outras tantas modalidades que praticava na escola. Destacou-se atuando pelo Jundiaí, mas até hoje nunca conquistou o título da Liga. Foi no clube paulista que, em 2001, recebeu a proposta para se transferir para a Áustria. Assinou seis meses de contrato com o Hypo Nö, inicialmente para jogar no "time B".
Num país estranho e sem entender o idioma, Daniela diz que "comeu o pão que o diabo amassou". Sofreu muito com o preconceito, "não por ser brasileira, mas por ser uma brasileira no handebol austríaco". Apesar de tudo, a pivô insistiu em ficar e passou a atuar como ponta esquerda. Ao fim do contrato, foi convidada a renovar e então jogar pela equipe principal. Com o time foi vice-campeã européia em 2003.
Depois dos Jogos de Atenas, Daniela voltará à Áustria onde ainda tem mais cinco anos de contrato. Apesar de considerar o Campeonato Austríaco fraco, a jogadora destaca que na Liga Européia tem a oportunidade de ganhar experiência internacional, atuando contra as melhores jogadoras do mundo.