A goleira Maravilha enfrenta um momento difícil: está sem clube há dois anos, desde que o Grêmio fechou o departamento de futebol feminino. As convocações para a seleção têm sido a única chance de manter ritmo de jogo. No restante do tempo, ela treina sozinha, em casa. Com a camisa verde-amarela, Maravilha foi bronze no Mundial de 1999, como titular, e bicampeã do Sul-Americano (1998, como titular, e 2003, como reserva). Chegou a compôr o grupo que treinou para as Olimpíadas de Atlanta-1996, mas foi cortada às vésperas do evento. Foi a Sydney-2000, participando da conquista do quarto lugar. E finalmente subiu ao pódio olímpico em Atenas-2004, também como reserva.
O apelido Maravilha vem da cidade onde ela vive desde os três anos, em Santa Catarina. Foi lá que ela começou a jogar bola, primeiro para brincar com os irmãos. Em 1994, decidiu ir a Porto Alegre para fazer um teste no Cruzeiro e ali começou sua carreira, como atacante. Fora do peso e desacostumada a treinos fortes, a jogadora viu sua condição física cair e lembra que era sempre a última a ser escolhida nos coletivos. Determinada, pediu ao técnico para fazer um teste no gol. "Afinal, eu saí de casa para vencer na vida", argumentou. A partir dali passou a vestir a camisa número 1 da equipe.
Na carreira, Maravilha jogou também no Saad (SP), São Paulo, Palmeiras e teve uma passagem-relâmpago pelo Corinthians, onde ficou por apenas 14 dias e desistiu por não se adaptar ao método de trabalho do clube.