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Em Atenas, brasileiro típico tem 1,77 m

Entre “Daianes” e “Nalberts”, está o triatleta Paulo Myasiro. Com 28 anos, 1,77 m e 68 kg, ele é o atleta “comum” da delegação brasileira que vai disputar as Olimpíadas de Atenas. De acordo com levantamento feito pelo UOL Esporte a partir dos biótipos dos 245 competidores do Brasil*, o atleta médio tem 26 anos, 71,4 kg e 1,77 m.



O fato de se encaixar no perfil “comum” não incomoda o triatleta. “O triatlo é diferente dos outros esportes. Não existe um biótipo definido. Há alguns anos, minha idade poderia ser considerada alta. Hoje, não é. Minha carreira entrou em uma crescente agora”, explica.

Em alguns esportes, porém, o biótipo conta. E é justamente aí que se encontram os maiores contrastes da delegação brasileira. As equipes de ginástica artística e desportiva, por exemplo, são as mais baixas, mais leves e mais novas de toda a delegação.

A mais baixa é Daiane dos Santos. A mais leve, Daniele Hypólito. As duas são os principais nomes da equipe de ginástica artística, que luta por sua primeira medalha olímpica. A caçula de toda a delegação é Jennifer de Oliveira, de 15 anos, da equipe de ginástica rítmica.

No vôlei ou no basquete, a história é outra. Desde crianças, os atletas são selecionados, além de por sua capacidade técnica, por sua altura. O meio-de-rede Rodrigão, 2,05 m, da seleção de vôlei, é o mais alto de toda a delegação. Nalbert, capitão do time do vôlei, tem 1,96 m. Entre as mulheres, a maior é a pivô Alessandra, 2,00 m, da equipe de basquete.

Outros esportes exigem características bem diferentes. O atleta do tiro esportivo, por exemplo, não precisa ser esbelto, magro ou jovem. Rodrigo Bastos prova isso. Ele vai disputar sua segunda Olimpíada, com chance de medalha, com 37 anos, 1,81 m e 105 kg. “Com a idade, o atirador fica melhor. Eu fui para minha primeira Olimpíada novo. Hoje, já com minha vida definida, tenho mais paciência e estrutura para me dedicar ao esporte.”

É possível encontrar também contrastes dentro do próprio esporte. No judô, por exemplo, Daniel Hernandes, 144 kg, é mais de duas vezes mais pesado que o mais leve da equipe masculina, Alexandre Lee, de 60. Isso sem contar as mulheres. Duas delas, Daniele Zangrando, 57, e Fabiane Hukuda, 54, são ainda mais leves que Lee. Os quatro só coexistem na equipe brasileira devido à divisão de pesos. Hernandes é pesado e não precisa se preocupar com a balança. Lee, ligeiro, se engordar mais um quilo, não pode lutar.

* UOL Esporte entrevistou 245 dos 246 atletas brasileiros que vão às Olimpíadas. André Sá, do tênis, só teve sua convocação divulgada na sexta-feira (6) e não foi incluído no levantamento inicial