Kelly teve duas Olimpíadas diferentes em Atenas. Uma antes da partida contra a Espanha, outra depois. O jogo das quartas-de-final foi o melhor da pivô na Grécia. Ela atuou por mais de 12 minutos, marcou oito pontos e pegou cinco rebotes. Muito mais do que sua média de sete minutos, três pontos e dois rebotes do resto da competição. O técnico Antonio Carlos Barbosa se orgulha de ter um dos melhores quartetos de pivôs do planeta. Ao lado de Alessandra, Cíntia Tuiú e Érika está Kelly, 24 anos e 1,96m. Apesar da idade, a atleta tem grande experiência internacional. Já jogou na WNBA e, apesar de estar há só dois anos na Europa, já disputou duas vezes a Euroliga.
A pivô se prepara para sua segunda Olimpíada e aposta na união das jogadoras para evitar mais um vexame. Ela estava presente no Mundial da China, em 2002, no qual a seleção foi apenas a sétima colocada.
Nos Jogos, Kelly esteve ao lado de um "paizão", como ela mesma define o técnico Barbosa. Foi com ele que a pivô começou sua carreira nos times adultos, em Campinas. Ela, aliás, chegou ao esporte de uma forma inusitada. Aos 13 anos, já com 1,86m, ela nunca tinha jogado basquete. Pior. Odiava praticar esportes. Mesmo assim, foi incentivada por um médico, mudou-se para Campinas e passou a viver do basquete.