A Federação Internacional de Natação (Fina) decidiu proibir, a partir de 2010, os supermaiôs. De acordo com o site especializado em natação,
www.swimnews.com, a entidade tomou a decisão nesta sexta-feira, após a realização de um congresso em Roma que reuniu mais de 180 federações. Somente sete países se pronunciaram contra a proibição dos trajes, alvo de polêmicas na modalidade desde 2008.
Com a decisão tomada pela Fina, os trajes terão de ser desenvolvidos com material têxtil e não mais a partir do poliuretano. Os maiôs também terão que cobrir uma área menor do corpo. A área de cobertura das roupas aquáticas nos nadadores irá dos ombros apenas até os joelhos do atleta.
Grandes responsáveis pelos tempos cada vez menores na natação e pela pulverização de recordes mundiais, os avanços tecnológicos dos maiôs serão de responsabilidade apenas da Federação Norte-americana de Natação, a partir de agora. A proposta foi aprovada nesta quinta-feira durante outro congresso técnico organizado pela Fina.
Com isso, novas regras serão criadas a fim de coibir as inovações criadas recentemente que agitaram o esporte. Com essa medida, uma nova regra surge na natação mundial: "Nenhum nadador será autorizado a utilizar ou vestir qualquer máquina ou maiô que possa lhe dar velocidade, resistência ou flutuação extras durante uma competição", consta no regulamento.
As polêmicas começaram na natação mundial em fevereiro de 2008, quando uma marca de acessórios esportivos da Austrália lançou o supermaiô LZR. Produzida em parceria com a Nasa e patenteada em Portugal, a nova roupa auxiliava o fluxo de oxigênio no corpo do atleta, que também ganhava uma nova posição hidrodinâmica e uma velocidade incrível dentro da água.
O sucesso do polêmico LZR foi copiado por outras fábricas, que também lançaram supermaiôs ainda mais rápidos. Apenas no ano passado, 108 recordes mundiais foram quebrados e, nesta temporada, já são 30 novas marcas estabelecidas. Um desses recordes, nos 50m peito masculino, foi quebrado pelo brasileiro Felipe França, trajado com o maiô Jaked. O tempo transitou nas reuniões da Fina e chegou a ser cassado, antes de ser, enfim, homologado pela entidade máxima da natação mundial.
"Ainda é um pouco obscura a definição de como essa nova regra vai afetar a questão das novas roupas de natação, pois ainda precisamos definir detalhadamente as regras", comentou Mark Schubert, técnico da seleção norte-americana de natação. "Temos muito trabalho a fazer, mas essa decisão da Fina foi uma grande vitória", festejou o treinador.