UOL Esporte Natação
 
11/11/2008 - 09h07

Novo bloco de partida deve proporcionar mais recordes na natação

Adalberto Leister Filho
Da Folhapress
Em São Paulo
AP
Cielo durante prova da Copa do Mundo: a inovação seria usada em Pequim, mas foi barrada. Agora, será testada em Estocolmo
MOLINA É DESTAQUE NA COPA
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Um novo equipamento pode gerar mais uma avalanche de recordes na natação. O novo bloco de partida, desenvolvido pela Omega, deve ser utilizado a partir de desta terça-feira, na etapa de Estocolmo da Copa do Mundo de piscina curta (25 metros). Em piscina longa, o material já deve ser usado no Mundial de Roma, em julho de 2009.

É a primeira vez que o equipamento será adotado em um evento oficial da Fina (Federação Internacional de Natação). Fabíola Molina, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos e Gabriel Mangabeira serão os brasileiros que nadarão na Suécia.

Em fevereiro, um protótipo do bloco foi posto na piscina de aquecimento do Cubo d'Água, em Pequim, durante evento teste para os Jogos Olímpicos. "Todos os nadadores tiveram a curiosidade de testá-lo. Mas ele não foi utilizado nas provas", rememora Alberto Pinto da Silva, do Pinheiros, único treinador brasileiro presente nas provas em Pequim.

A fabricante tentou, com a iniciativa, receber a aprovação dos nadadores para seu uso já nos Jogos chineses. No entanto houve chiadeira geral, já que ninguém havia treinado com o equipamento. Além disso, o material ainda não havia sido testado em provas oficiais.

Diante das reclamações, a Fina desistiu de seu uso na última Olimpíada, postergando a introdução do novo material, que já havia sido aprovado em Congresso Mundial da entidade. De acordo com especialistas, o novo apoio para os pés, que permite ajuste personalizado e ângulo de 90º para a perna direita, promete melhorar as marcas em 0,1s. A angulação é semelhante à usada nas provas de velocidade do atletismo.

No entanto ainda não há parâmetros claramente estabelecidos sobre ganho de performance -poucos testaram o novo aparelho em treinamento. José Reynaldo Nikita, técnico de Joanna Maranhão, diz que o bloco deve ajudar mais os velocistas do que os fundistas. "Eles têm maior impulsão para a saída, saem mais rápido e longe. Para fundistas, não fará muita diferença", acredita ele.

Para o francês Alain Bernard, campeão olímpico dos 100 m livre e bronze nos 50 m livre -prova em que o brasileiro César Cielo foi campeão em Pequim-, o bloco lhe garantiria uma melhora de tempo até maior do que a anunciada. "Ele é brilhante. Meu ponto fraco é a saída. Então, posso melhorá-la em 0,2 segundo", contabilizou ele, que descreveu a posição para largar no novo bloco como "confortável".

Para alguns treinadores, esse ganho pode ser ainda maior. "É difícil medir, mas os testes feitos no início do ano mostraram que isso pode chegar a 0,5s", afirma Ricardo Moura, supervisor técnico de natação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Moura, porém, lembra que poucos já tiveram acesso ao bloco. "Ele tem que ser distribuído de forma igualitária. Ainda não chegou ao Brasil."

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