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Ex-técnico de Borges e mentor de Cielo curte status único na natação nacional

Técnico Albertinho é exclusivo do P.R.O. 16 e não tem vínculo com clubes - Roberta Nomura/UOL
Técnico Albertinho é exclusivo do P.R.O. 16 e não tem vínculo com clubes Imagem: Roberta Nomura/UOL

Roberta Nomura

Em Belo Horizonte (MG)

03/09/2011 07h07

O treinador dos maiores nomes da natação brasileira desfruta de status único no Troféu José Finkel, em Belo Horizonte. Alberto Silva, o Albertinho, não fica à beira da piscina no aquecimento, não usa uniforme e nem está preocupado com a somatória de pontos dos clubes ao longo do torneio. Ao contrário, o ex-técnico de Gustavo Borges e mentor de Cesar Cielo está curtindo a nova fase e abandonou os cálculos e atributos burocráticos.

THIAGO PEREIRA É O NOVO PUPILO DE ALBERTINHO NO PROJETO DE CESAR CIELO

  • Satiro Sodré/Agif

    Na semana anterior ao Troféu José Finkel, o P.R.O. 16 (Projeto Rumo ao Ouro em 2016), iniciativa idealizada por Cesar Cielo, ganhou o reforço de Thiago Pereira (d). "Foi ele que nos procurou. E é muito bom reunir os dois [Cielo e Thiago]", contou o técnico Albertinho

Albertinho deixou o Pinheiros no início do ano para se dedicar ao P.R.O. 16 (Projeto Rumo ao Ouro em 2016), idealizado por Cielo. A iniciativa inédita no Brasil reúne nadadores de alta performance que trabalham em tempo integral com técnico exclusivo em São Paulo, mas mantêm vínculo com suas equipes. Em competições nacionais, por exemplo, os nadadores defendem as cores dos respectivos clubes.

A maioria está no Flamengo (André Schultz, Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Leonardo de Deus, Nicholas Santos e Tales Cerdeira), mas o novo reforço Thiago Pereira é do Corinthians. E justamente por não ter ligação com nenhuma equipe, Albertinho acompanha as provas de seus atletas com camiseta neutra sem escudos de times. Os únicos companheiros obrigatórios do técnico são os cronômetros.

A primeira vez que Albertinho experimentou o novo status foi no Troféu Maria Lenk, em maio. “Passei a minha vida inteira treinando em clube. Tem coisa que está dentro de mim e virou habitual. Então, no Maria Lenk eu ainda estava fazendo conta para o time, pensando em treino. Foi difícil entender isso”, afirmou o ex-técnico de Gustavo Borges no período de 1998 a 2004.

E o fato de evitar os cálculos e não ter que cuidar de pendências burocráticas é comemorado por Albertinho “É cansativo ter que fazer reunião com o time, contar os pontos, apagar incêndios internos. Ainda tem que reservar o espaço do clube, ver que horas faz sombra no local, pedir o gelo... É muita coisa que um técnico-chefe é responsável”, enumerou.

O treinador de Cielo está livre desses tipos de problemas, mas também fica com autoridade limitada nas competições nacionais. A quantidade e quais provas cada um participará é decisão do clube e do nadador. “É algo contratual e de cada um. Não sou eu que decido. Mas eu estou aqui para ajudar e posso aconselhar. Se me pedem opinião e um atleta não está bem, eu falo”, explicou Albertinho.

No entanto, há também funções chatas que o treinador não se importava de fazer: mandar atletas embora e contratar. “Era uma coisa trabalhosa, que eu tinha saco de fazer. Dispensar é sempre ruim e fica difícil porque você acaba ficando amigo do nadador. Tem gente que faz isso por e-mail. Eu não. Gosto de falar pessoalmente, do mesmo jeito que fiz quando recrutei”, contou Albertinho, que, no momento, não pretende voltar a comandar clubes.