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'Cielo tem um advogado muito bom', ironiza rival sobre a decisão da CAS

Fred Bousquet, Cesar Cielo e Alain Bernard no pódio dos 100 m no Mundial de Roma - AFP/CHRISTOPHE SIMON
Fred Bousquet, Cesar Cielo e Alain Bernard no pódio dos 100 m no Mundial de Roma Imagem: AFP/CHRISTOPHE SIMON

Do UOL Esporte

Em São Paulo

22/07/2011 09h23

Depois do Brasil, a França era o país mais interessado em saber o final do caso Cielo, já que tem os principais rivais do brasileiro nas provas rápidas da natação: Alain Bernard, Fred Bousquet e Fabien Gilot. E parece que a decisão da CAS (Corte Arbitral do Esporte), que apenas manteve a advertência a Cesar Cielo, não agradou aos “concorrentes” do campeão olímpico e mundial.

CIELO VIVE TURBULÊNCIA INÉDITA APÓS TROCA DE RECLUSÃO NOS EUA POR BRASIL

Cesar Cielo abdicou da reclusão e da infra-estrutura de Auburn, nos Estados Unidos, para treinar no Brasil. No entanto, o primeiro semestre após o retorno oficial foi marcado por turbulência inédita na carreira do nadador de 24 anos. O campeão olímpico e mundial lançou um projeto para compor equipe de elite, sofreu com entraves nos bastidores, perdeu torneio em que era considerado franco favorito e encarou 21 dias de um processo de doping.

“Aparentemente, Cielo tem um advogado muito bom”, ironizou Gilot, rival de Cielo nos 100 m. “Prefiro não falar para não esconder o meu sofrimento e minha impotência de tal decisão. Não adianta falar. Eu não vou julgá-lo. Há um tribunal para isso”, também declarou Alain Bernard em entrevista ao jornal francês L´Equipe.

Já Bousquet, que é amigo pessoal de Cielo e era companheiro do brasileiro em Auburn (EUA), preferiu levar a decisão para o lado positivo. “Estou satisfeito que a CAS tenha tomado sua decisão antes do Mundial. Cielo estará lá e é legal”, afirmou.

“Todos estão dando seus próprios julgamentos sobre o caso, mas sem realmente conhecer os detalhes do que aconteceu. Eu estou contando com as palavras da CAS”, defendeu Bousquet.

Enquanto isso, a comissão técnica francesa afirmou estar preocupada com a abertura de um precedente.  “Preocupa-me que a jurisprudência que se cria para o futuro, ensinando pouco”, ressaltou Denis Auguin, técnico de Bernard.

Já Christian Donze contestou a falta de coerência para as decisões da CAS. “Por que um russo (Anastasiya Ivanenko, campeão mundial de piscina curta nos 800 m em 2006), flagrado em janeiro de 2007 pela mesma substância leva dois anos?”, questionou antes de ponderar. “Devemos respeitar a decisão da CAS, mas eu vejo um aviso que a penalidade é imposta a um nadador de acordo com a sua localização”.