30/04/2010 - 13h37

César Cielo critica piscina escolhida para a disputa do Troféu Maria Lenk

Bruno Doro e Rubens Lisboa

Em São Paulo*

Cesar Cielo (centro), Nicholas Santos e Henrique Barbosa estreiam pelo Flamengo no Maria Lenk

De volta ao Brasil para nadar pela primeira vez no ano no país e realizar sua estreia pelo Flamengo, o campeão mundial e olímpico César Cielo fez críticas à escolha da piscina da Unisanta, em Santos, para a disputa do Troféu Maria Lenk, em que vai nadar entre os dias 3 e 9 de maio.

Sem nadar no Brasil desde dezembro do ano passado, quando disputou o Open e estabeleceu novo recorde mundial para os 50 m livre, Cielo terá no litoral paulista um local sem as condições ideais para nadar em um bom tempo, uma vez que há problemas de estrutura no local.

“É engraçado, paramos para pensar e estávamos falando dos últimos três anos da natação, onde a gente teve o melhor Pan-Americano da história, a primeira medalha olímpica de ouro e o melhor no mundial. E a gente consegue andar para trás ainda. É difícil, não tem como explicar isso. A gente tem o Maria Lenk que está parado, tem um Julio Delamare que logo mais vai virar estacionamento, e acaba fazendo em uma das piscinas menos favoráveis para nadar rápido” criticou o nadador brasileiro.

Em sua expectativa de tempo para obter durante o evento em Santos, César Cielo explicou as dificuldades que terá devido aos problemas estruturais da Unisanta.

“Seria bom se fosse numa piscina boa, mas no Unisanta é difícil porque a gente tem muita dificuldade para aquecer e fazer o período pós-prova, para dar uma soltada, uma relaxada. A piscina de apoio lá é complicada, pequena e bem quente também”, disse Cielo.

Também contratados pelo Flamengo, os nadadores Henrique Barbosa e Nicholas Santos, que também treinam nos Estados Unidos, endossaram o coro de Cielo e criticaram a decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) em escolher o clube em Santos como local da disputa.

“A piscina da Unisanta é rasa e não tem [uma piscina auxiliar] de soltura. No Brasil temos pelo menos três opções muito melhores. Vai ser um choque chegar aqui e nadar em Santos. Você sai de uma das melhores piscinas em Ohio e chega em uma de nível bem abaixo”, afirmou Nicholas.

"A Unisanta é a sexta ou sétima piscina do país. Na frente tem o Maria Lenk, a piscina da Unisul, o Júlio Delamare, o Pinheiros e até o Corinthians com estruturas melhores", completou Henrique Barbosa.

Cielo nega ter ficado perto de acordo com o Corinthians

Após a negociar com a sua ida para o Corinthians e acabar entrando em acordo com o Flamengo, o nadador César Cielo negou que estivesse tão próximo de fechar contrato com o clube paulista como foi noticiado.

"Se você puxar um histórico de declarações minhas ou da minha família, em momento nenhum a gente falou que estava tudo certo ou que só faltava a assinatura. Isso acabou sendo criado. A gente não chegou a estar tão perto quanto estava nos jornais de jeito nenhum. Acabou até ficando uma situação meio chata em relação a minha pessoa e minha família com o Corinthians, parece que a gente negou de ultima hora, mas não foi isso o que aconteceu", reclamou o nadador.

Cielo colocou a escolha pelo Flamengo como uma motivação para fazer com que a natação consiga se popularizar no Brasil, o que não seria possível se ele continuasse nadando pelo Pinheiros.

"Com a Patrícia (Amorim) na presidência e a torcida, que é a maior do mundo, a gente pode impulsionar a natação para um patamar que nunca houve antes. Sempre eu que servi de cobaia para tudo no Brasil, sempre tive de quebrar todos os tabus, então vamos tentar quebrar mais esse e ver se com a Patrícia e o Flamengo a gente consegue popularizar um pouquinho a natação", afirmou.

*Atualizado às 14h01