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Preso, super-herói do MMA largou 'combate ao crime' por não fazer diferença

Benjamin Fodor, que se veste de "Phoenix Jones" para "combater o crime" - Ted S. Warren/AP
Benjamin Fodor, que se veste de "Phoenix Jones" para "combater o crime" Imagem: Ted S. Warren/AP

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

29/01/2020 12h00

Benjamin Fodor é um lutador de MMA dos Estados Unidos que dividia seu tempo entre a luta e o combate ao crime. Quando estava em seu tempo livre, ele vestia sua roupa preta e dourada e se transformava em "Phoenix Jones", um super-herói responsável pelo patrulhamento das ruas em Seattle.

No início deste mês de janeiro, a vida deu uma reviravolta, e "Phoenix Jones" passou de herói para vilão. Ele foi preso depois de vender 7,1g de ecstasy para um policial disfarçado. Também foi pego com sete pacotes de cocaína em outra ação policial.

A vida de combate ao crime começou em 2011 e durou por oito anos. Fodor estava descontente com o pouco impacto na sociedade que sua luta contra os malfeitores causou e decidiu aposentar a armadura. Ele não entendia como seu trabalho não era capaz de inspirar outras pessoas.

"Eu via coisas horríveis nas ruas, convivia com elas. E pensava comigo mesmo: 'Estou fazendo a diferença'. Mas não estava. Eu não fiz a diferença. A diferença que eu esperava era que as pessoas, quando vissem um super-herói, se inspirariam e não repetiriam seus atos. Nós não aprendemos nenhuma lição. Os tiros, as facadas, as balas. Não valeu a pena. Ninguém entendeu nada", lamentou ele em entrevista ao podcast "NW Nerd", em março do ano passado, quando decidiu deixar as ruas.

Benjamin Fodor, durante luta de MMA - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Nos momentos em que não era "Phoenix Jones", Benjamin Fodor tinha uma carreira pouco expressiva no MMA. O meio-médio acumulou um cartel de 11 lutas, sendo sete vitórias, três derrotas e um empate. A vida nos tatames, contudo, foi fundamental para o trabalho que o norte-americano mais gostava: sair à caça de bandidos pelas ruas de Seattle.

Fodor admite que não era um bom patrulheiro no início. Chegou a se atrapalhar com sua arma que soltava redes e ficou preso em uma delas. A situação virou motivo de piada entre os policiais da cidade e fez com que ele pensasse que era necessário se preparar mais para combater o crime. Era hora de voltar ao MMA.

"Eu me perguntei: 'O que você está fazendo, cara? Andando por aí com lycra, sem armadura e uma camisa do grupo Boyz II Men'. Eu era um profissional da luta, o melhor em tudo que fazia, e ia morrer esfaqueado por um morador de rua? E isso me tocou. Voltei a lutar. Quando me acertaram outra vez, o cara caiu e eu fiquei intacto", contou.

Benjamin Fodor ficou dois dias na prisão depois de ser detido por venda de drogas. A leitura formal de suas acusações no tribunal está agendada para o próximo dia 3 de fevereiro.