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Johnny Walker fraturou costela do irmão antes de luta em que deslocou ombro

Johnny Walker comemora vitória sobre Misha Cirkunov no UFC 235 em Las Vegas, nos Estados Unidos - Hans Gutknecht/MediaNews Group/Los Angeles Daily News via Getty Images
Johnny Walker comemora vitória sobre Misha Cirkunov no UFC 235 em Las Vegas, nos Estados Unidos
Imagem: Hans Gutknecht/MediaNews Group/Los Angeles Daily News via Getty Images

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

05/03/2019 04h00

Aos 26 anos, Johnny Walker é candidato a nova sensação do UFC no Brasil. Ele tem um cartel de 17 vitórias em 20 confrontos, sendo 14 por nocaute, e está invicto no UFC com três nocautes consecutivos em primeiro round. O último deles foi no sábado, em Las Vegas, contra o letão Misha Cirkunov, com uma joelhada voadora que levou o adversário ao chão. Mas o que chamou mesmo a atenção foi a comemoração do brasileiro, que se jogou no chão e deslocou o ombro. Johnny fará exames, mas diz que está bem. Só quem se deu mal nisso tudo foi seu irmão, Valter.

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Cinco anos mais jovem que Johnny Walker, ele é sparring do irmão mais velho sob a supervisão do treinador Leonardo Gosling. Eles são toda a equipe de suporte da nova promessa do UFC. E foi justamente durante a preparação da luta com Cirkunov que um acidente interrompeu o trabalho do sparring: em treino, golpes de Johnny causaram fraturas em duas costelas de Valter. "Foi a sexta e a sétima. A sétima dobrou com um soco", conta Valter, ao UOL Esporte. O irmão mais novo terá que ficar um mês parado e nem sequer compareceu ao evento do último fim de semana.

Irmãos Johnny Walker e Valter - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Irmãos Johnny Walker e Valter Ignácio treinam juntos na Tailândia
Imagem: Reprodução/Instagram

Os irmãos vivem atualmente na Tailândia, onde encontraram boa estrutura de treino. Johnny Walker, aliás, já chegou a lutar como representante do Reino Unido, pois morava na Europa e havia feito camp na Inglaterra. Ele não tem uma academia, um espaço próprio de treinos, e busca apoiadores no Brasil para a sequência da carreira. Ele se destacou no reality show "Contender Series Brasil" e foi fisgado por Dana White, presidente do UFC. Desde então, são três lutas em quatro meses no campeonato e a expectativa de realizar mais cinco em 2019 para poder disputar em breve o cinturão dos meio-pesados.

"Fomos criados em Tinguá, parte rural de Nova Iguaçu. Meu irmão começou a treinar já velho, enquanto eu comecei com 14 anos por causa dele. Aí ele foi descoberto pelo Leonardo Gosling, que levou o Johnny para a Inglaterra. Depois, me levaram para ajudar", conta Valter, que é irmão de Johnny Walker por parte de pai. Walker, inclusive, é uma tentativa para se parecer, sonaramente, com Valter, que é o nome do pai. E Johnny foi uma escolha da mãe para ter um nome parecido com o dela, que é Joelma.

Johnny Walker chama atenção pela personalidade. No último sábado, por exemplo, ele entrou na arena ao som do sucesso "Parado No Bailão", do MC L da Vinte. A dança não é novidade, mas até pouco tempo atrás as entradas eram com músicas com pegada erótica e o lutador fazia uma espécie de strip tease até a subida no octógono. Ele já chegou a entrar com gravata borboleta, mas o hábito foi deixado de lado. A dança continua - já fez até aula. Ele se diz exibido, comunicativo e irreverente. Tanto é que foi justamente isso que causou o ombro deslocado depois da vitória contra Cirkunov.

Após a vitória, Walker bateu continência e se jogou no chão. Ao cair ele fez um leve movimento de contração no ombro, acusando a lesão. Mesmo assim, ainda fez o movimento da "minhoca louca" antes de se levantar com a mão no ombro. "Tenho que treinar mais comemoração, viu? Porque se não treina dá errado", brincou o lutador.

Johnny Walker estava em 15º lugar no ranking de sua divisão antes mesmo da apresentação no fim de semana. Com o novo nocaute, que rendeu o terceiro bônus consecutivo de "Performance da Noite" no UFC, é provável que suba posições na próxima atualiação da lista.