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MMA


Carismático e paciente. Conheça o outro lado do provocador Bisping

João Henrique Marques

Do UOL, em Londres

26/02/2016 06h01

Apesar de abusar, Michael Bisping não é só provocação. O lado humano do lutador nascido no Chipre, mas criado na Inglaterra, fica evidenciado no contato com os fãs e um sonho de quem sempre esperou pelo prazer de desafiar Anderson Silva.

Em Londres, palco do UFC Fight Night 84 a ser realizado no sábado, o orgulho com o feito alcançado é exibido com um carisma fora do comum. Bisping conquistou fãs, agradou jornalistas e em momentos que o lado marqueteiro se apequenou, o discurso realista tomou conta: “vou falar uma coisa séria agora: ‘O Anderson é o melhor lutador que vou enfrentar. Vocês não tem ideia de como ambicionei isso. O prazer que sinto é algo inenarrável”, disse Bisping aos jornalistas ingleses em uma breve pausa no tom provocador ao caso de doping do brasileiro.

Bisping realmente foi paciente. Comentou estar no auge há cinco anos quando emplacou quatro vitórias seguidas e confiou receber do UFC a chance de enfrentar Anderson na disputa do cinturão do peso-médio.
 
“Não foi fácil o momento e cheguei a imaginar que nunca teria essa chance. Realmente é paciência a palavra ideal para não desistir. Agora que estou aqui, prometo não decepcionar o fã inglês”, destacou o lutador.
 
Para conquistar os fãs, o carisma é aliado. Bisping levou crianças ao tatame em treinamento aberto para um evento de patrocinador no meio da semana, tirou selfie com que o viesse pedir e pediu aos espectadores para que gritassem seu nome durante a atividade. É o lado humano falando mais alto.
 
Já no evento aos jornalistas, concedendo entrevistas a poucos metros de distância de Anderson Silva, foi capaz de deixar o brasileiro como coadjuvante. Escutar as palavras de Bisping não era fácil, tal o interesse de todos. 
 
Mesmo 15 minutos após Anderson já ter se retirado do evento, lá estava Bisping sentado e paciente. Tomando sucessivas garrafas de água, o lutador chegou a pedir licença aos jornalistas para ir ao banheiro. A desconfiança de um tradicional “migué” chegou a existir, no entanto, ele voltou: “Aposto que achavam que eu ia embora. Se vocês têm o que perguntar, tenho o que responder”, disse.
 
Atencioso, Bisping se esforçou para atender todos. E dá imprensa brasileira se despediu com um “muito obrigado” em português.