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Ladrões ousados 'limpam' casa de brasileiro do UFC, voltam e roubam carro

Gleison Tibau teve objetos furtados de sua casa enquanto estava treinando - Ed Mulholland/Zuffa LLC/Getty Images
Gleison Tibau teve objetos furtados de sua casa enquanto estava treinando Imagem: Ed Mulholland/Zuffa LLC/Getty Images

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

15/01/2015 06h00

Em uma noite no fim de 2014, Gleison Tibau deixou sua casa, na Flórida (EUA), para mais um treino. Pegou sua bicicleta e partiu para a academia, afinal, sua 24ª luta pelo UFC, que acontece neste domingo, estava se aproximando. Ao voltar, o susto: tudo fora de lugar e muita coisa sumida. Ladrões invadiram a residência do potiguar e fizeram a “rapa” nos objetos de valor. A suspeita é de que alguém conhecido cometeu o crime. E que nem o fato de Tibau ser um lutador de MMA assustou os bandidos. Afinal, eles voltaram em outro momento e ainda levaram o carro do brasileiro...

Tibau, um “jovem veterano” de 31 anos, nasceu na cidade que lhe deu o apelido, no Rio Grande do Norte, mas optou pelos Estados Unidos para morar e treinar. Apesar da aparente segurança de morar por lá, isso não o impediu de passar por problemas, ainda que o fato tenha virado motivação para seu combate em Boston, contra Norman Parke. Agora, ele quer um bônus de performance para minimizar as perdas.

“Rapaz, essa foi braba”, contou Tibau, ao UOL Esporte. “Eu estou reformando minha casa, então tinha um fluxo grande de pedreiros. Eu fui de bicicleta para a academia. Quando cheguei em casa de noite, vi a porta arrombada e a casa estava uma zona. Pensei: ‘não acredito’.  Fui entrando e comecei a dar falta das coisas: joias, roupas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, tudo isso eles levaram. Não sei quantos eram, mas sei que fizeram a limpa na minha casa.”

O lutador mora em um condomínio fechado, então não tinha aparatos de segurança, como câmeras e alarmes. Ele chamou a polícia para cuidar do caso, mas não imaginava que ainda teria mais um episódio com os assaltantes. Quem imaginaria que eles voltariam à cena do crime?

“Eles foram caras-de-pau mesmo! No dia do assalto, como eu estava de bicicleta, eles levaram a chave do carro. Naquela correria de ir à delegacia, dos policiais procurarem pistas dos suspeitos na casa, nem me importei com ele, que estava estacionado em frente à casa. Pensei que eles não seriam capazes de voltar ao local do crime dias depois... Mas voltaram e levaram meu carro”, riu o peso leve, que já trata com bom humor o fato.

“A gente pensa que só acontece esse tipo de coisa no Brasil, mas em todo lugar do mundo tem gente maldosa, que se beneficia roubando os trabalhadores”, lamentou Tibau. A polícia ainda investiga o caso. Ninguém foi pego e nenhum objeto foi recuperado.

A Tibau, restou encarar o incidente como motivação. Ganhar uma grana vencendo Norman Parke minimizaria os prejuízos. “Um bônus seria ótimo para isso (risos). O fato é que tudo isso me deu uma vontade muito grande de vencer essa luta. A gente toma tanta pancada da vida que, quando vence, fica tudo mais gostoso. Eu me motivei com o ocorrido, quero vencer e provar que sou brasileiro e é preciso muito mais que isso para tirar minha concentração e minha vontade de ser o melhor.”

Tibau tenta voltar a emplacar uma série de três vitórias seguidas no UFC. Para isso, aposta em uma evolução na trocação, para complementar um jogo já reconhecidamente forte no jiu-jítsu e wrestling (luta olímpica).

“Eu tenho me dedicado cada vez mais à minha trocação, que é o que vai completar o meu jogo. Faltava uma confiança maior na parte em pé. Estou buscando isso diariamente, treinando exaustivamente. Em minhas duas últimas lutas, fiquei perto de nocautear meus adversários. Ainda não veio, mas uma hora o nocaute chega”, prometeu.

Parke tem em seu cartel um duelo polêmico contra outro brasileiro, quando empatou com Léo Santos, um dos vencedores do TUF Brasil 2. O norte-irlandês não sabe o que é perder há 11 combates, e vem de nocaute contra Naoyuki Kotani, em julho de 2014. “Ele é bem completo, teremos uma grande luta, com certeza. Vai ser uma batalha”, concluiu o brasileiro.

Gleison Tibau é o lutador em atividade com mais lutas no UFC, e agora fará sua 24ª luta dentro da organização, igualando a marca de Randy Couture, o terceiro colocado na lista. Quem mais entrou no octógono do UFC até hoje foi Tito Ortiz, com 27 combates.

Além da luta do brasileiro, o UFC deste domingo, em Boston, se destaca pela presença de Conor McGregor x Dennis Siver na luta principal – se vencer, McGregor encara José Aldo pelo cinturão – e Donald Cerrone x Ben Henderson.