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Joana Prado vai de dona de casa a empresária de Belfort e prega discrição

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

02/09/2013 06h01

Vitor Belfort e Joana Prado formam um dos casais mais conhecidos do MMA, seja pela fama de ambos, pela família criada ou pela posição de destaque do lutador no UFC. Conhecida pelo trabalho de modelo e principalmente pelo personagem Feiticeira, Joana fugiu dos holofotes há alguns anos e virou dona de casa nos Estados Unidos, tomando conta dos filhos e do marido. Recentemente ela voltou à ativa e se se aproximou do trabalho do lutador tornando-se sua empresária.

Se antes era o próprio Vitor quem lidava com o UFC, para casar lutas e negociar cifras, agora é Joana quem faz todo o "meio-campo", o que ajuda o ex-campeão a focar mais nos treinos e também reduz os desgastes que acabavam ocorrendo com a organização.

Ela também virou uma porta-voz do marido, falando por ele com a imprensa, e dá o crivo nas finanças da família - com direito a mexer com compra e venda de imóveis e bolsa de valores.

Muitas vezes, o cargo de empresário gera uma exagerada exposição. A paulistana de 37 anos quer fugir disso, mesmo tendo se acostumado ao assédio em seus tempos de TV. Em contato com o UOL Esporte, preferiu não dar entrevista para contar os detalhes da nova função e manter a discrição. "Sou empresária que não gosta de aparecer. Tem um monte de empresário que gosta. Eu já apareci muito, mas não quero mais", explicou ela, encerrando o tema.

Depois que o casal se mudou do Brasil para os Estados Unidos, Joana assumiu o trabalho de cuidar dos três filhos do casal e do marido. Largou babás e cozinheira que tinha no Brasil e tratou de limpar, cozinhar e o que mais fosse necessário para a família, deixando a carreira de modelo para trás.

Segundo o UOL Esporte apurou com pessoas próximas do casal, a entrada de Joana no mundo dos negócios para ajudar o carioca foi algo que aconteceu de maneira natural e gradativa e também foi possibilitada pelo fato de os filhos já não serem tão pequenos. Belfort conversava diretamente com o presidente Dana White e um dos donos do UFC, Lorenzo Fertitta, quando precisava negociar seus combates.

A dupla considera desnecessária a presença de um empresário de fora para intermediar estas questões e, além de Joana, agora conta apenas com a supervisão de um advogado.

Apesar disso, um outro fator também pesou para que Joana acabasse assumindo a função, um atrito com o Ultimate. Nos últimos meses, Belfort se aproximou do cinturão dos médios com vitórias fulminantes dentro do octógono. Fora dele, a questão do TRT (tratamento de reposição hormonal com testosterona) e o fato de já ter perdido para Anderson Silva anteriormente fizeram com o carioca fosse preterido pelos chefes do Ultimate.

Depois de se manter quieto sobre isso por um tempo, Vitor acabou quebrando o silêncio antes de Anderson Silva x Chris Weidman. Nos bastidores e também abertamente, em entrevistas e mensagens em redes sociais, Vitor passou a fazer campanha para lutar pelo título. Isso gerou polêmica.

"Vitor, por alguma razão maluca, acredita que deveria enfrentar [Chris] Weidman ou Anderson Silva agora. Ele está fora de si", chegou a dizer Dana White. Em outra ocasião, desabafou: "Vitor me leva à loucura. O Lorenzo (Fertitta) pode lidar com Vitor, não eu."

A equipe do brasileiro sempre afirmou que nunca houve desgaste. Mas recentemente Vitor deu sinal claro que a relação realmente ficou estremecida. “Conversei com o Dana e pedi para ele me perdoar por tudo que eu fiz. Foi muito bom. Temos uma grande luta e estamos felizes. Não preciso falar muito sobre como sou um cara que trabalho pela empresa. É uma honra estar aqui” disse ele.

A entrada de Joana nas negociações ajudou a acalmar o clima. Mais que isso, mostrou-se uma vitória para Vitor Belfort. Depois de confirmada a revanche entre Anderson e Weidman, o carioca bateu o pé: disse que só lutaria novamente no peso médio pelo cinturão e que para entrar no octógono antes disso, teria de ser em outra categoria. Não deu outra. O UFC o colocou para encarar Dan Henderson no UFC de Goiânia, em 9 de novembro.

Pelo nível de seu rival e até pela coincidência de datas, já que Anderson e Weidman lutam em dezembro, a chance de Belfort lutar pelo cinturão no começo de 2014, se nenhuma lesão aparecer pelo caminho, ficou muito maior. E vai caber ao casal fazer este combate acontecer: com Vitor vencendo dentro do octógono, e Joana triunfando na lábia, fora dele.