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Sobrevivente de massacre em Suzano ganha sua primeira medalha de jiu-jitsu

Rhyllary Barbosa, sobrevivente de Suzano, ganha medalha no jiu-jitsu - Reprodução
Rhyllary Barbosa, sobrevivente de Suzano, ganha medalha no jiu-jitsu Imagem: Reprodução

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

06/06/2019 04h00

A estudante Rhyllary Barbosa, sobrevivente do massacre que deixou dez mortos na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), fez sua primeira luta como atleta federada de jiu-jitsu. No último sábado (1), a atleta venceu a segunda etapa do circuito paulista de sua categoria.

A vitória garantiu a Rhyllary sua primeira medalha no esporte, no qual ela pretende se profissionalizar. A estudante ficou conhecida depois que foi atacada por um dos invasores, conseguiu se manter de pé graças a técnicas aprendidas no jiu-jitsu e abriu uma porta por onde saíram outros estudantes.

"Eu nem pensava em lutar tão cedo, mas meu professor disse que era para eu ir e fui. Fiquei ansiosa, com medo de perder, mas meu professor me mostrou que eu deveria ir lá me divertir", disse a estudante de 15 anos. Federada recentemente, Rhyllary viveu a coincidência de estrear nas artes marciais contra sua prima, a lutadora Lauane Barbosa. "Treinamos juntas e somos muito parecidas, nosso treino é muito igual", disse ela. As duas foram as únicas inscritas na categoria das meio-pesadas na etapa.

A jovem atleta conheceu o esporte por meio de um projeto social apoiado pela prefeitura de Suzano. Ela é acompanhada pelo mestre Ângelo Oliveira. No projeto, também treinou Cleiton Antonio Ribeiro, conhecido como Samurai, que morreu no ataque à escola.

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Quase três meses depois da tragédia, Rhyllary ainda tenta retomar a rotina normal na escola Raul Brasil, que passou por mudanças na segurança para evitar que novas invasões aconteçam. Cercada pelas lembranças do dia do ataque, ela afirma que ainda pensa em eventualmente mudar de escola.

"Ir pra escola está muito complicado", afirmou. "Eu até estava indo de boa, mas eu fico pensando se devo ficar lá ou se devo sair, dar um tempo em outro lugar. É uma nova escola, as pessoas mudaram bastante, o ambiente não está pesado, não está desagradável, mas está diferente. O ensino lá é muito bom, e eu não queria sair por causa do ensino, mas no fundo da mente fico pensando nisso".