Roça ao ringue: MC Brinquedo se arrisca no kickboxing com campeão nacional
O estilo irreverente e as músicas "chiclete" do MC Brinquedo conquistam cada vez mais fãs no Brasil. Próximo de 15 milhões de visualizações no clipe da música "Roça Roça 3", lançada há pouco mais de um mês no Youtube, o funkeiro de São Paulo está com a agenda de shows concorrida - são em média dez apresentações por semana, sempre de sexta-feira, sábado e domingo. Preocupado com seu condicionamento físico para dar conta da maratona, ele encontrou nas artes marciais a energia extra que precisava. MC Brinquedo agora é praticante de kickboxing.
"O Brinquedo veio aqui com a proposta de melhorar o condicionamento físico dele, aprender uma arte marcial para poder levar a rotina devido a shows, gravações e tudo mais. Ele queria fazer uma atividade que pudesse proporcionar força, velocidade, gás e ritmo e agora está treinando, está nos primeiros passos, mas tem muito potencial, treina bem e é dedicado", diz Thiago da Conceição, treinador do funkeiro em uma academia de São Paulo.
Thiago é mais conhecido pelo apelido "Golden Boy", campeão do WGP de kickboxing em 2017 e número 5 do Brasil no ranking do peso super-médio. A modalidade mistura os socos, defesas e esquivas do boxe tradicional com chutes, e conquista espaço no Brasil por queimar muitas calorias durante a prática e melhorar o condicionamento físico. É o que buscava o artista de 16 anos.
"A vontade foi essa, mano. Eu descobri que o kickboxing te trazia mais calma, tirava nervosismo, raiva. Eu que sou do signo de Leão, sou meio bravo, então tiro isso na luta. Tem a parte da disciplina também, respiração, saúde, defesa também. Eu sou novo, faço muito show, então isso faz diferença. Nos primeiros dias gastou bastante meu físico, ombro doendo, perna, mas agora está tranquilo, de boa. Nos primeiros dias saí morto", relembra MC Brinquedo, que teve um dia de treinos acompanhado pelo UOL Esporte.
A academia em que o funkeiro treina na Zona Norte de São Paulo está praticamente vazia nos horários reservados para ele - seu treinador explica que é impossível marcar nos horários de pico, como pela manhã ou no fim da tarde em razão do assédio. MC Brinquedo chega ao local, troca de roupa, põe a bandagem nas duas mãos, as luvas e parte para o treino personal com Thiago. A atividade ainda é leve, com movimentos ensinados a cada aula e muito tempo de descanso. "Estou aprendendo. Não estou ainda do jeito que quero estar, mas vou ficar em pouco tempo. Sou novo e determinação é tudo", conta.
Na música, nada de "trampo": sonho
MC Brinquedo começou na música fazendo rimas junto com amigos aos 10 anos de idade. Aos 11 foi descoberto por produtores e começou a fazer shows e lançar músicas. Tudo rápido e natural. Tanto é que ele não considera sua carreira na música, que já tem cinco anos de duração, como um trabalho. "Costumo falar que não vejo como trampo. Tem pessoas que trabalham pela minha carreira, mas para mim é um sonho, é uma vontade. Recentemente eu fiquei dois anos sem lançar música, lancei agora, então é por vontade mesmo. Lancei várias músicas, "Os Maloca", com Livinho, Pedrinho e Davi, mas música minha de trabalho, de show, de isso aqui eu vou botar fé, lancei agora."
Esse lançamento é Roça Roça 3 ("Eu roço, tu roça, depois eu planto a mandioca"), que já bateu 13 milhões de visualizações no Youtube. "Imagina 13 milhões de pessoas aqui na academia (risos). Mas eu não costumo olhar muito para número. Olho para a arte, a mensagem que eu quero passar."
Antes disso vieram os sucessos Roça Roça 2 ("É que agora a novinha me quer porque eu virei morador da cidade"), lançado há dois anos e hoje com 155 milhões de visualizações, e o hit que deu origem à série: Roça Roça ("A novinha não me quer só porque eu vim da roça").
"O funk está cada vez ficando mais forte, mais bonito. Já estamos fora do país com Kevinho, G15, Jojo Todynho lotando show em Portugal, Jennifer Lopez gravando. Já estavam todos aqui, ali, mas quando todos levantaram a bandeira do bagulho começou a dar certo. O funk está no seu devido lugar e a tendência é aumentar, porque é fácil, tem uma identidade que não tem em outro ritmo, é atualizado. E é a história de quem veio da periferia também, levantando a bandeira da comunidade", diz MC Brinquedo, que também já definiu sua missão neste cenário.
"Minha bandeira é fazer todo mundo dar risada, ser feliz. Essa é minha bandeira."
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