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Lutadores do Brasil terão de bancar viagem a torneio que vale Bolsa Atleta

Aline da Silva Ferreira disputa estilo livre da luta olímpica na Rio-20 - REUTERS/Toru Hanai
Aline da Silva Ferreira disputa estilo livre da luta olímpica na Rio-20 Imagem: REUTERS/Toru Hanai

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

26/10/2016 20h15

Distribuída pelo governo federal, a Bolsa Atleta é um benefício balizado por desempenho. No caso da luta olímpica do Brasil, contudo, um investimento também ajudará a definir os contemplados de 2017. O Sul-Americano da modalidade, em novembro, na Colômbia, será determinante para dizer quem terá acesso ao dinheiro, e a participação no evento será aberta apenas aos que bancarem os próprios custos de viagem.

O Brasil tem direito a dois atletas por categoria no Sul-Americano. A classificação começa com critérios técnicos – o primeiro quesito é o desempenho no Campeonato Brasileiro. Seguindo essa ordem, os interessados devem se manifestar até a próxima sexta-feira (28). Depois disso, receberão por e-mail os custos relacionados à viagem e terão até 4 de novembro para fazer o pagamento.

“Nesse torneio nós não temos interesse na participação como equipe. Não posso mandar todo mundo para todos os torneios. Abrimos para quem tiver interesse e quiser correr atrás”, explicou Roberto Leitão, superintendente da CBW (Confederação Brasileira de Wrestling).

Segundo Leitão, a confederação custeará árbitros e treinadores no Sul-Americano, o que é obrigatório. Entretanto, a competição não está entre as principais do calendário da CBW para este semestre – depois dos Jogos Olímpicos, o grande foco da entidade é a Copa Brasil Internacional, também em novembro, no Rio de Janeiro.

“Não havia recurso alocado para o Sul-Americano. Se a gente conseguir algo para complementar, nem que seja para ajudar, a gente vai ajudar os atletas”, avisou Leitão.

A decisão da CBW ganha relevância em função do peso que o Sul-Americano terá para definir atletas contemplados com benesses federais em 2017. A Bolsa Atleta tem repasses mensais de até R$ 3,1 mil para os que se enquadram na categoria “olímpico”, composta por esportistas que fizeram parte da delegação nacional em Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos.

A contenção de gastos da CBW acontece num período de grande incerteza sobre o faturamento da próxima temporada. A entidade ainda discute com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) o valor que receberá da Lei Agnelo/Piva, que destina ao esporte uma fatia da arrecadação bruta de loterias federais, e negocia renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal, única patrocinadora da instituição.