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Brasil luta contra falta de entrosamento com seus cavalos no Mundial

Pessoa monta HH Rebozo no 1º dia do Mundial - Larry W. Smith/Reuters
Pessoa monta HH Rebozo no 1º dia do Mundial Imagem: Larry W. Smith/Reuters

Bruno Doro

Em São Paulo

05/10/2010 07h00

Você já lamentou uma derrota de seu time de futebol por falta de entrosamento? Ou ouviu relatos de equipes de basquete ou vôlei que superaram o mesmo problema em uma competição qualquer? Saiba, então, que um time brasileiro busca vaga nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 lidando justamente com essa dificuldade.

Nos EUA, Rodrigo Pessoa, Doda Miranda e Bernardo Alves saltam nos Jogos Equestres Mundiais devendo entrosamento. Com seus cavalos. O trio dos melhores cavaleiros do país está disputando os evento no Kentucky com montarias que não conhecem tão bem.

Rodrigo Pessoa, por exemplo, salta com HH Rebozo, um garanhão de 10 anos, desde janeiro. O tempo é pequeno se você se lembrar de Baloubet Du Ruoet, com quem ele foi tricampeão da Copa do Mundo entre 1998 e 2000 e campeão olímpico em 2004.

Com Doda Miranda, o caso é o mesmo. Ele está montando Ashleig Drossel Dan, montaria australiana de 12 anos, que disputou as Olimpíadas de Pequim, mas está com o cavaleiro paulista desde junho.

Terceiro da lista, o mineiro Bernardo Alves salta com Vancouver desde abril. “Estou trabalhando com ele há apenas seis meses e ainda estamos em fase de entrosamento. E toda a equipe está com cavalos novos. O Rodrigo e o Doda estão sentindo isso também”, contou Bernardo.

A falta de entrosamento, segundo o cavaleiro, ficou mais evidente na estreia do time no Mundial. Na prova de caça (em que o que conta é a velocidade e toda falta é convertida em tempo), o time brasileiro ficou em sétimo lugar. Para ir às Olimpíadas, precisa subir para a quinta posição.

“Nós sabíamos que o pior dia para a equipe seria o primeiro, justamente por causa dos cavalos. Com o Vancouver, por exemplo, eu sabia que o forte dele não era a velocidade. Mesmo assim, me surpreendi com o que ele apresentou. Fiz uma falta logo no começo e forcei o resto do percurso e a resposta que ele deu foi muito positiva”, completou.

O único do time que não está enfrentando o problema é Pedro Veniss. Ele monta Amaryllis há três anos. “Ele é exceção. Foi realmente o único que apostou no entrosamento”, explicou o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Luiz Roberto Giugni.

As provas de hipismo dos Jogos Eqüestres Mundiais começaram nesta segunda-feira. A competição por equipes segue até quarta-feira, com a Copa das Nações.