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Brasileiras jogam pressão para Sérvia e se preparam para "guerra" na final

Marcelo Freire

Do UOL, em São Paulo

21/12/2013 15h22

A vitória sobre a Sérvia na primeira fase do Mundial de Handebol não traz nenhum favoritismo ao Brasil no reencontro dos dois times, na decisão deste domingo. Esse é o discurso das jogadoras da seleção feminina na véspera da partida mais importante para o handebol brasileiro em sua história.

Nesta sexta-feira, ao vencer a Dinamarca na semifinal, as brasileiras garantiram uma medalha inédita para o país no esporte, e agora buscam o ouro. A decisão, no entanto, será com as donas da casa, que foram superadas pelas brasileiras por 25 a 23 na fase de grupos, em um jogo acirrado na cidade de Nis.

O reencontro será em Belgrado, às 14h15 (de Brasília), na Kombak Arena, com capacidade para 25 mil pessoas. Se na primeira fase foi complicado, as brasileiras acreditam que, na final, a dificuldade será bem maior - apesar de a responsabilidade da vitória estar, em teoria, nas mãos das anfitriãs.

“O ginásio vai estar abarrotado. Será uma pressão muito grande, tanto para elas quanto para a gente. Mais para elas, que têm obrigação de ganhar em casa e, por isso, têm um pouco mais de favoritismo também”, analisou a pivô Dani Piedade, em contato com o UOL Esporte. Mais cedo, o dinamarquês Morten Soubak, técnico da seleção, afirmou que o Brasil era azarão na final.

A melhor jogadora do mundo em 2012, Alexandra Nascimento, em entrevista ao Sportv, manteve o discurso. “O jogo da fase de grupos não tem nada a ver com a final. Serão 25 mil pessoas torcendo pela Sérvia, vamos precisar de muita concentração e força para enfrentar essa ‘guerra’”, disse Alexandra.

Segundo Dani Piedade, a medalha inédita, logicamente, já é motivo de felicidade para a equipe dirigida pelo dinamarquês Morten Soubak. “Quebramos o tabu das quartas [fase onde o Brasil foi eliminado no Mundial de 2009 e nos Jogos Olímpicos de 2012] e ainda passamos pela semifinal. Estamos felizes, mas não acabou; falta o último passo.”

“Crescemos de alguns anos para cá, não ficamos boas ‘do nada’. Ganhamos torneios e respeito dos adversários, o que não acontecia antes. Hoje, existe uma preparação para pegar o Brasil, que é visto como um time perigoso”, comenta a jogadora de 34 anos, que espera mais suporte após o sucesso no Mundial.

“Precisamos de um pouco mais de apoio, principalmente de uma liga melhor – a maioria das jogadoras atua fora do país. Mas novas oportunidades vão aparecer pelos bons resultados, porque a mídia acaba apoiando e, consequentemente, os torcedores também.”

“Uma boa goleira é 50% da equipe”

A goleira Bárbara Arenhart, conhecida como Babi, tem sido um dos principais destaques da seleção – contra a Dinamarca, suas defesas ajudaram a equipe brasileira a manter uma vantagem considerável durante toda a partida, mesmo quando os ataques não encaixavam. Para Dani Piedade, Babi estimulou a seleção a evoluir.

“Ela está fazendo um campeonato maravilhoso, e a goleira que tem qualidade é 50% da equipe. Ela nos traz motivação tanto na defesa quanto no ataque. No jogo passado, a Babi mostrou qualidade do nível das melhores do mundo, está jogando muito mais solta”, conclui Dani.

A final entre Brasil e Sérvia acontece neste domingo às 14h15 (horário de Brasília) com acompanhamento ao vivo do UOL Esporte.