UOL Esporte Ginástica
 
05/11/2009 - 11h32

Após admitir uso, defesa de Daiane diz que atleta não sabia de substância proibida

Do UOL Esporte
Em São Paulo
A defesa da ginasta Daiane dos Santos alterou a estratégia para o caso de doping, anunciado na última sexta-feira. Após emitir uma carta, assinada pelo clube Pinheiros, admitindo o uso do diurético furosemida em tratamento médico, o advogado da atleta afirmou nesta quinta-feira que o uso foi involuntário.

CLUBE CULPA CBG POR FLAGRA

  • Folha Imagem

    O clube de Daiane, o Pinheiros, admitiu, na sexta-feira, que a ginasta usou o diurético furosemida em tratamento para perda de gordura localizada. A nota oficial, porém, joga a responsabilidade pelo exame positivo à CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).

    Segundo o documento, a atleta estaria inelegível para exames antidopings desde 23 de outubro de 2008, quando avisou a entidade que estava machucada e, consequentemente, não fazia mais parte da seleção brasileira. "Cumpria à Confederação, também, notificar a Federação Internacional de Ginástica sobre o histórico e a situação da atleta, a fim de evitar a abertura de procedimento investigatório."

    De acordo com as normas antidoping da Federação Internacional, apenas atletas que fazem parte de uma lista divulgada pela entidade podem ser submetidas a testes fora de competição. Os critérios para inclusão na lista são presença no top-6 do ranking mundial. A FIG, porém, pode indicar qualquer nome, mesmo fora do topo de seus rankings, para fazer parte da relação. No site da FIG, inclusive, não há indicação sobre procedimento para atletas lesionados ou menção a alguma ferramenta para solicitar a exclusão de um atleta da lista.


Em entrevista ao diário esportivo Lance!, Cristian do Carmo Rios disse que a atleta não sabia que os remédios que tomava continham uma substância proibida. "No dia do seu exame, a Daiane ligou para seus médicos particulares para poder listar tudo o que estava tomando. Ela fez constar ma ficha todos os medicamentos que tomava, inclusive enzimas", disse Rios, afirmando que a furosemida é uma enzima.

A declaração não chega a contradizer a declaração oficial de sexta-feira, mas mostra uma mudança no caminho usado pela defesa. Quem lê a nota inicial, entende que o Pinheiros sabia que a atleta estava usando uma substância proibida e teria pedido uma licença para a Confederação Brasileira para isso.

Nessa linha, o clube paulista tenta jogar para a Confederação a culpa pelo doping positivo. Segundo as leis vigentes, a atleta poderia conseguir uma autorização para uso terapêutico da substância proibida. Mas essa autorização precisava ser pedida à confederação local e à federação internacional. Segundo a FIG, em nenhum momento a atleta brasileira pediu a autorização.

Com a nova defesa, Daiane passa apostar no fato de que não houve má-fé no uso da furosemida. A esperança é usar seu histórico no esporte, e o fato de nunca ter sido flagrada anteriormente, como atenuantes para cancelar a punição ou diminuir a suspensão.

Em outro caso parecido com atleta brasileira, a saltadora Maurren Maggi tentou, também usar a carta do uso involuntário. A alegação de que a contaminação aconteceu com uma pomada cicatrizante após uma sessão de depilação, porém, não convenceu as autoridades e Maurren passou 2 anos longe do atletismo.

Daiane tem até o dia 13 de novembro para se explicar para a FIG.

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