16/10/2008 - 07h01

Oleg rejeita proposta do Pinheiros e se 'exila' na Ucrânia

Bruno Império
Em São Paulo

MENTOR DA REVOLUÇÃO NO PAÍS
Oleg com Jade no Pan do Rio: ucraniano está no Brasil desde 2001 e foi o mentor do salto de qualidade da modalidade no país desde então, cujo ápice foi o título mundial de Daiane dos Santos. Sucesso, porém, não migrou ao nível olímpico: nos dois Jogos com Ostapenko, Brasil não foi ao pódio.

Encerrado o contrato com a Confederação Brasileira de Ginástica, o técnico Oleg Ostapenko decidiu voltar para sua terra natal, acompanhado da esposa Nadija. Antes da viagem, porém o treinador recebeu uma proposta para trabalhar com Daiane dos Santos e Laís Souza no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Mas Oleg rejeitou o convite e seguiu para o exterior.

"Quando soubemos que ele [Oleg] não continuaria o ciclo na seleção, fizemos uma proposta para que ele viesse para o clube. Mas não houve acordo. Lá fora, um treinador de alto padrão trabalha com três atletas no máximo. Nós queríamos que ele trabalhasse com toda a nossa base de ginástica. Não que ele fosse colocar a mão na massa em todas as categorias, mas supervisionasse tudo. Ele não quis", afirmou João Vicente Machado, diretor de ginástica artística do Pinheiros, à reportagem do UOL Esporte.

Oleg Ostapenko seria a "cereja do bolo" do departamento de ginástica artística do Pinheiros. Além de contratar Daiane dos Santos e Laís Souza, estrelas da extinta seleção permanente, o clube investe em uma ampla reforma no ginásio dedicado à modalidade. O montante gasto com o aparelhamento, porém, não é divulgado pelo Pinheiros. "Está tudo dentro das nossas possibilidades", disse o dirigente.

A saída de Ostapenko do país, porém, parece não ser definitiva. Antes de viajar, o treinador entregou as chaves da casa em que vivia à direção da CBG, locatária do imóvel. Porém, comprou outro apartamento em Curitiba no qual jamais residiu, dando pistas de que o retorno pode acontecer em breve.

DIEGO HYPÓLITO REPETE SALTO QUE CUSTOU A MEDALHA EM PEQUIM-08
Diego Hypólito disputa neste final de semana a etapa de Glasgow da Copa do Mundo de Ginástica, na Escócia. Em sua rotina, ele vai manter o salto que encerrou a apresentação nos Jogos Olímpicos de Pequim, que terminou com um tombo e tirou do brasileiro as chances de medalha.
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Prestes a se desfazer, a atual diretoria da CBG decidiu acabar com a seleção permanente de ginástica com o fim das Olimpíadas de Pequim. No entanto, os principais candidatos à substituição de Vicélia Florenzano no comando da entidade - Marco Martins, da federação brasiliense, e Luciene Rezende, da federação sergipana -, já manifestaram interesse na permanência do ucraniano no centro de treinamento da capital paranaense.

"O Oleg foi embora e só vai definir o futuro dele no final do mês. Ficou de nos dizer o que vai fazer da vida dele depois disso. Ele tem propostas de trabalho na Rússia e na própria Ucrânia. O Pinheiros também andou conversando com ele. Mas temos que esperar para ver o que vai acontecer", disse Eliane Martins, coordenadora da CBG.

Machado, porém, dá como certa que a volta do treinador esteja ligada à CBG. "Hoje não existem mais contatos com o Oleg. É o que posso dizer no momento. Mas claro que, caso ele sinalize que pretende voltar ao Brasil, temos interesse em tê-lo trabalhando no Pinheiros. Mas acho que o retorno dele depende mesmo é da confederação", afirmou Machado.