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AP Photo/Ricardo Moraes

Adriano Foglia se desespera após gol contra que eliminou a Itália da Copa de 2008

28/10/2010 - 07h00

Dois anos após gol polêmico, Fifa decide mudar as regras de arbitragem no futsal

Renan Prates
Em Anápolis (GO) *

A última Copa do Mundo de futsal em 2008 foi marcada por um gol contra e polêmico do ítalo-brasileiro Adriano Foglia, que deu a vaga para a Espanha na final e eliminou a Itália da competição. Dois anos depois do fato, a Fifa decidiu mudar as regras de arbitragem no futsal, sendo que uma das alterações é exatamente um desdobramento deste lance.

FIM DA SÉRIE INVICTA DA SELEÇÃO FAZ TOPPER MUDAR SUA PROPAGANDA

  • Cristiano Borges/CBFS

    Uma semana antes do início do Grand Prix de futsal, a empresa Topper, uma das parceiras da seleção brasileira, decidiu colocar no ar uma propaganda que ressaltava a invencibilidade de 158 jogos do time de Falcão e cia. Só que aí aconteceu um ‘pequeno’ problema: o Brasil perdeu para a Espanha na final, o que fez a cúpula da Alpargatas (dona da Topper) acionar o ‘plano B’ para o caso.

Basicamente, as mudanças foram duas: depois que o goleiro inicia uma jogada, ele não pode receber passe na quadra sem que um adversário tenha tocado na bola. A segunda, que diz respeito ao parágrafo acima, afirma que agora o árbitro deve esperar a jogada ser concluída mesmo após o estouro do cronômetro.

O lance que gerou muita polêmica em 2008 foi nos segundos finais da prorrogação de Espanha x Itália, duelo disputado no Maracanã que valia uma vaga na final da Copa do Mundo. Os espanhóis saíram no contra-ataque rápido e chutaram a gol. A bola acabou desviando em Foglia e entrou. Os italianos protestaram que o cronômetro já havia zerado e o lance deveria ser invalidado, mas a arbitragem decidiu justamente o contrário.

"Como todos vocês puderam ver, a bola bateu na trave quando o cronômetro estava zerado. Até a sirene tocou. É incrível como o pessoal da Fifa não tomou nenhuma medida possível, baixando a sua credibilidade", disse o então técnico italiano Alessandro Nuccorini logo após a partida.

Hoje, o ítalo-brasileiro Nando Grana admitiu que ainda sente a derrota mesmo dois anos depois do ocorrido, e acha que a decisão da Fifa foi influenciada pelo que aconteceu naquele dia.

“Estamos voltando a um assunto de dois anos atrás. Até hoje dói aquela derrota. Até hoje não temos explicação porque os árbitros abandonaram a quadra para tomar a decisão no vestiário. Acho que pode ter sido sim. Isso daí foi um grande fator para a Fifa tomar essa decisão”.

O coordenador da arbitragem de futsal da Fifa, Jesus Rubio, compareceu ao Grand Prix em Anápolis (GO) para avaliar a aplicabilidade das novas regras, que foram testadas pela primeira vez de forma oficial na competição. Ele não quis falar com a imprensa, mas deu declarações ao site oficial do evento, assim como o diretor de arbitragem da Conmebol Júlio Cesar Figueredo, que deu a entender que a tese de que a Itália incentivou a mudança nas regras é verdadeira.

“Após o último Mundial, foi realizado um seminário que levou adiante as mudanças que todos sabíamos que eram necessárias para o crescimento do esporte”, disse.

*O repórter viajou a convite da organização do evento

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