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24/04/2009 - 21h06

Na contramão de Ivo, Simões assume Coritiba falando em "curtir" centenário

João Carlos de Santa
Em Curitiba
Ao contrário do técnico Ivo Wortmann, que culpou o ano do centenário por sua saída do Coritiba, o novo treinador, René Simões, chegou ao Alviverde exaltando a data. Na sua primeira entrevista, na tarde desta sexta, ele disse que achou o grupo muito tenso e defendeu a ideia de que a pressão causada pelo aniversário deve ser usada como algo positivo e não para "jogar para baixo".

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"Quem veio para o Coritiba neste ano sabia que é o ano do centenário, que é um ano diferente. Eu não vou ver outro centenário do Coritiba. Então nós temos que gostar disso, curtir esta ideia e fazer que isto não seja uma pressão para nos colocar para o chão, tem que ser uma pressão que nos jogue para cima. É assim que eu encaro este desafio", comentou o técnico em sua apresentação, na tarde desta sexta-feira.

Simões chegou pela manhã, acertou seu contrato e, antes mesmo de ser apresentado pelo clube, já começou a trabalhar. No início da tarde, foi para o campo do Couto Pereira acompanhar o treinamento preparatório para o clássico Atle-tiba, deste domingo.

"Eu fui primeiro trabalhar e depois me apresentar, porque eu acho que no centenário tem que trabalhar muito e falar menos", justificou.

Posteriormente, disse que já deu alguns "pitacos" na forma de o time jogar, mas que não sugeriu nenhuma mudança. Neste domingo, ele ficará como observador, nas arquibancadas, e o auxiliar Édison Borges dirigirá o time dentro de campo.

"Eu já conversei com os jogadores e achei as ideias do Édison muito boas. Eu dei uns pitacos na movimentação, na parte tática um pouquinho. Mas nós vamos conversar mais novamente e vamos trabalhar juntos", declarou.

Conhecido como uma grande motivador, o treinador disse que achou o elenco bastante tenso e tentou mostrar aos jogadores que o time ainda tem chances de ser campeão paranaense. Para isto, precisa vencer o clássico de domingo, para ele, um "campeonato à parte".

"Falei pros jogadores que o Campeonato Estadual não acabou. Se existe 1 por cento, 3, 4 por cento de chances, vamos correr atrás disso. Por que eu disse que existem dois campeonatos, o Paranaense e o Atle-Tiba, que é um campeonato à parte. Então, um campeonato você tem que ganhar. Se, não conseguir ganhar um deles é por outras consequências. Mas este jogo de domingo é muito sério", comentou.

Veja os principais trechos da entrevista:

O retorno

"Espero que minha volta tenha sido muito discutida pelo G-9 [diretoria executiva] e não tenha sido somente por pressão da torcida. Eu ficaria muito desapontado se fosse assim. Acho que o G-9 tem a responsabilidade de gerir o clube, e não agir de acordo com uma forçação de de barra do torcedor. Pelo que eu soube, foi tudo muito bem discutido e chegou-se a um consenso sobre o meu nome".

O convite

"De minha parte, eu quase liguei me convidando, porque eu tive outras propostas depois que eu saí do Fluminense, nacionais e do exterior. Mas estava muito bem no Rio, meu irmão cuida muito bem dos negócios, que estavam indo bem. Mas eu queria muito estar aqui. Eu só não podia forçar a barra e me oferecer, mas esperava muito um telefonema ".

O centenário

"Não há segredo, vamos correr riscos mesmo. No ano do centenário, tem que correr riscos. Os jogadores, a diretoria, o treinador, têm que correr riscos. Quem veio para o Coritiba neste ano sabia que é o ano do centenário, que é um ano diferente. Eu não vou mais ver outro centenário do Coritiba".

Pressão

"Em 2007 tinha uma pressão imensa quando cheguei e não era o ano do centenário. Eu cheguei no Fluminense e a pressão era enorme sobre o treinador e não era o ano do centenário. Treinador vive debaixo de pressão, não tem jeito".

"Eu não penso que o trabalho vai ser fácil. Eu penso que vou ter toda a pressão do mundo. Antes [na Série B] você poderia ficar em quarto lugar, agora, você tem que conquistar título. Não vou dormir em cima do que aconteceu em 2007".

O Simões torcedor

"Eu vou falar hoje sobre isto e não vou falar mais, porque o treinador não pode trabalhar com a emoção. Eu sou torcedor do Coritiba, mas não posso deixar que a emoção tome conta. Eu tenho que trabalhar com a razão".

O elenco

"Vou repetir o que disse em 2007, quando me perguntaram o que eu achava do elenco. Não conheço o elenco. Nomes eu sei, já vi jogarem, mas só se conhece um jogador quando ele joga contigo, trabalha contigo. Só se conhece quando enfrenta com ele uma situação adversa, momentos bons e também ruins".

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