Mano Menezes havia dado o recado após o treino da última sexta-feira: "Com fera não se mexe". Se o vice-presidente de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, tivesse ouvido o técnico do Corinthians antes, talvez não tivesse chamado Ronaldo de ex-jogador devido à entrada violenta do centroavante em André Dias no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Paulista.
Neste domingo, o
Fenômeno, selou a classificação alvinegra à decisão do Estadual ao dar o passe para o primeiro gol e marcar o segundo na vitória por 2 a 0 diante do São Paulo, no Morumbi. Deu a resposta com categoria e irreverência, comemorando seu gol com os dedos indicadores cruzados, em alusão ao gesto obsceno de Cristian que tanto provocou polêmica no jogo do Pacaembu.
"Estou muito emocionado, a festa é maravilhosa. Foi um grande jogo, o São Paulo, como falei, está de parabéns. Mas o São Paulo não poderia ser perfeito, tinha que vir um babaca falar merda, agora quero ver onde ele está", desabafou o maior artilheiro das Copas.
Foi o seu sexto gol em nove jogos disputados com a camisa alvinegra, o segundo em clássicos. O primeiro, decisivo, foi no empate por 1 a 1 com o Palmeiras, em Presidente Prudente, aos 48min do segundo tempo, que rendeu manchetes em todo o mundo.
Ronaldo não marcava em decisões desde 2003, quando marcou um dos gols da vitória do Real Madrid por 3 a 0 sobre o Mallorca na final da Supercopa da Espanha. Desde então, vitimado por problemas físicos, não teve mais oportunidades de brilhar em semifinais ou finais.
O inusitado é que, antes de deixar sua marca, o camisa 9 vinha tendo atuação discreta. É verdade que quase abriu o placar no primeiro tempo ao receber de André Santos na área e bater em cima de Bosco. Mas, displicentemente, também perdeu duas bolas no meio-campo que originaram contra-ataques perigosos do São Paulo.
Mas, como Mano lembrou, com fera não se mexe. Depois de liquidar a fatura, Ronaldo pediu substituição aos 27min, dando lugar a Boquita. E quase não se ouviram vaias como no começo do jogo, em que a torcida são-paulina lembrou até mesmo o caso do travestis, no ano passado. Sinal de respeito.
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