UOL Esporte Futebol
 
15/02/2009 - 19h10

Briga entre corintianos e polícia deixa feridos e estádio danificado

Alexandre Sinato e Rafael Prada
Em São Paulo*
O clássico entre São Paulo e Corinthians deste domingo, no Morumbi, terminou com muita confusão. Após o empate por 1 a 1 entre os arquirrivais, a torcida alvinegra se envolveu em cenas de vandalismo e violência dentro e nos arredores do estádio em confronto com a polícia. Houve depredação, briga e discussão ríspida com a diretoria tricolor. Há registro de pelo menos 30 torcedores e dois policiais feridos, segundo as autoridades. Desse número, 21 pessoas foram atendidas no ambulatório do próprio estádio, sendo 20 casos de fraturas e um clínico. Os demais feridos foram encaminhados diretamente a hospitais da região.

Minoria na partida devido à decisão do São Paulo de ceder apenas 10% da carga total de ingressos, seguindo o que manda a lei, parte da torcida do Corinthians manchou a festa que fizera enquanto a bola rolou. Após o apito final, os alvinegros foram mantidos dentro do Morumbi para aguardar a dispersão dos são-paulinos.

Segundo o tenente-coronel Hervando Luiz Velozo, a confusão começou quando uma bomba foi lançada do estacionamento em direção da torcida corintiana na saída. A origem do artefato não foi identificada. Assustadas, as pessoas se dividiram. Parte tentou voltar para as arquibancadas, enquanto os demais partiram para confronto com cinco policiais, acusando-os de arremessar a bomba vinda do estacionamento.

Ainda de acordo com Velozo, do lado de fora, a polícia utilizou três bombas (duas de efeito moral e uma de gás lacrimogêneo) para afastar cerca de 500 torcedores que ameaçavam matar os policias. O principal foco da confusão ocorreu na rampa de acesso localizada na avenida Giovani Gronchi. "Foi uma fatalidade. Os torcedores se assustaram e ocorreu o confronto", disse o tenente-coronel.

Do lado interno do Morumbi, aqueles que tentaram voltar às arquibancadas para fugir do confronto com a polícia presenciaram ou foram vítimas de pisoteamentos, desmaios e diferentes lesões. O local ficou ensaguentado e destruído por torcedores em fúria. O vidro que separava diferentes setores foi quebrado. Grades e hidrantes foram lançados na direção de estacionamento anexo ao Morumbi.

"Tenho mais de 25 anos de estádio e nunca vi isso na vida. Nós fomos prensados, jogaram diversas bombas de gás nas nossas cabeças. Aí tentamos voltar para a arquibancada, mas há degraus lá. Todo mundo começou a cair. Teve gente pisoteada lá em cima, gente com fratura e desmaiada. Isso é um absurdo", protestou o corintiano Carlos Catalã, de 31 anos, enquanto aguardava o atendimento de seu irmão, Marcelo, no ambulatório: ele sofreu fratura exposta na perna.

Joel Silva/Folha Imagem
Após confronto com a polícia, torcedores corintianos ficaram feridos no Morumbi
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TABELA INTERATIVA DO PAULISTÃO
Pelo menos dez ambulâncias deixaram o Morumbi levando pessoas com ferimentos mais graves para hospitais da região. "Existem pessoas com ferimentos leves e graves, mas nenhuma delas com risco de morte", informou Velozo.

Nos arredores do ambulatório do Morumbi, ainda houve uma ríspida discussão de torcedores corintianos com Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol do São Paulo. O dirigente deixou o estádio escoltado por quatro seguranças.

Antes, ele lamentou a confusão entre corintianos e a polícia militar e a usou como uma mostra de que o envio de apenas 10% da carga total de ingressos aos visitantes foi uma decisão acertada.

"Isso mostra que cada vez mais estamos certos de restringir os torcedores visitantes para preservamos nosso patrimônio. É culpa da conduta ruim dos cidadãos. Acho melhor que um dia diminuam ainda mais os 10% para, amanhã, nem haver torcedor visitante", opinou Cunha.

Suspeita de bomba caseira
Ainda durante o clássico, um torcedor corintiano foi preso fora do estádio pelos policiais por levar uma possível bomba de fabricação caseira, armada em bola de bilhar. Ele foi conduzido ao 34º distrito policial. Se a perícia confirmar a existência de material explosivo, o torcedor será detido.

*Atualizada às 20h50

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