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27/01/2009 - 07h00

Sem atingir meta, São Paulo admite que contrato com LG é tampão

Renan Prates
Em São Paulo
O São Paulo chegou a estipular o valor de R$ 30 milhões anuais para o novo contrato de patrocínio de 2009. Mas a crise mundial que assolou os mercados de todo o planeta fez com que não surgissem interessados em pagar o valor pedido pelo clube paulista.

SÃO PAULO CONTINUA COM A LG
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Ainda confiante em conseguir obter o valor proposto, o São Paulo iniciou o ano com a camisa limpa, sem estampar nenhum patrocínio. Mas temeroso em perder a verba anual paga pela LG (R$ 16 milhões), o clube paulista voltou atrás e fechou com a atual parceira pelo mesmo valor (o que atualizado pela correção monetária dá quase R$ 18 milhões, quantia não confirmado pelo estafe da equipe).

"O São Paulo tinha dois caminhos: ou passava o ano sem patrocínio, ou fazia uma transição que é de um patrocínio de um ano, nos moldes dos mesmos valores propriamente ditos, tirando a clausula de preferência, o que nos dá muita liberdade para o próximo contrato", explicou o vice-presidente de marketing do clube tricolor, Julio Casares.

O responsável pela área de marketing do São Paulo deu a entender claramente que o contrato feito com a LG é tampão. "Claro que a responsabilidade falou mais alto, e aí para que a gente não perdesse dinheiro em um ano de economia instável, a gente decidiu garantir esse dinheiro", disse Casares, para depois emendar. "Fizemos isso já imaginando que, como o contrato é de transição de um ano, a instabilidade se supere e a gente tenha um país melhor depois".

Endossando a tese de que o São Paulo não tem, pelo menos inicialmente, pretensões de renovar o contrato com a LG, Casares explicou que o clube paulista 'bateu o pé' para que a duração do contrato fosse menor que a pretendida pela parceira.

"A LG queria três anos, e a gente queria um ano, por isso demorou [a conclusão da negociação], e prevaleceu o que o São Paulo queria. Se é uma proposta feita em época de crise porque fazer em três anos? Preferimos fazer por um ano", afirmou o vice de marketing.

Ao falar sobre o assunto, Casares também 'cutucou' o rival Palmeiras, que fechou recentemente um contrato com a Samsung por três anos, por R$ 15 milhões anuais. "Eu estou pagando pedágio para baixo para depois crescer. Já ele [Palmeiras] devia estar defasado e fez um contrato por três anos. Daqui a um ano, a gente vai dar um salto e ele vai ter que esperar dois anos para isso".

Apesar de falar em preferência para a atual parceira, o São Paulo planeja, no ano que vem, retomar negociações com a Philips, que ofereceu um valor quase R$ 10 milhões a mais do que a LG, mas desistiu da proposta por causa da crise mundial.

"O São Paulo não tem mais nenhuma clausula pesada de preferência e, por isso, voltará ao mercado. A LG terá preferência, mas é uma preferência que tem data para morrer e com isso você vai para o mercado com mais tranqüilidade", reconheceu Casares.

"Agora claro que a gente é um parceiro e sempre trabalha ao lado dos parceiros. A parceria pode continuar, mas isso dá liberdade para que o São Paulo possa dar continuidade as conversas que estava tendo com outras empresas com mais calma e sem a pressão da crise".

Casares reforçou a crença em um cenário menos afetado pela crise mundial em 2010 para que o São Paulo tenha um poder de barganha maior no momento da renovação do contrato de patrocínio. "Quando se está na crise é difícil. O cara chega e fala olha: o que eu tenho é isso. Então agora não é o melhor momento de negociar, o melhor momento é de aguardar".

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