UOL Esporte Futebol
 
22/01/2009 - 22h41

Wagner desafia MPs e garante reabertura de Pituaçu no domingo

Aurelio Nunes
Especial para o UOL Esporte
Em Salvador
O governador da Bahia, Jaques Wagner, elevou o tom das críticas ao procurador da República Ramiro Rockenbach e à promotora de Justiça Rita Tourinho, autores de um parecer conjunto emitido pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público Estadual da Bahia recomendando ao Ibama a interdição do estádio de Pituaçu.

O GOVERNADOR EM PITUAÇU
Edson Ruiz/Footpress
Wagner conversa com Maria Del Carmen...
Edson Ruiz/Footpress
...critica procuradores...
Edson Ruiz/Footpress
...e bate pênalti
CONHEÇA O NOVO ESTÁDIO
VITÓRIA FICA DE FORA DA FESTA
Durante evento de apresentação da praça esportiva à imprensa, que contou com a presença de mais de 300 convidados entre políticos, dirigentes de futebol e até torcedores, Wagner declarou que "a Procuradoria do Estado já está com todas as medidas cautelares prontas em Brasília para evitar qualquer surpresa".

"Sou um respeitador das instituições, mas essa tentativa é intempestiva, desmedida e injustificada. Não há bom senso em questionar um licenciamento ambiental concedido em outubro a cinco dias da inauguração", reclamou, refererindo-se à contestação feita pelo MP à suspensão do embargo concedida pelo Ibama com base em uma resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cepram).

O Ibama-BA, que chegou a se pronunciar em nota oficial na tarde desta quinta-feira favoravelmente à reabertura do Estádio, voltou atrás no final do dia pedindo cautela na divulgação e ponderando que a decisão caberá à diretoria do órgão em Brasília, nesta sexta-feira.

Segundo o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, o clube não cogita a hipóteses de suspender a venda antecipada de ingressos. O dirigente assegura que mais de 10 mil entradas já foram vendidos. Ampliado para 32,4 mil lugares, o estádio só irá comportar 20 mil torcedores neste domingo e depende da conclusão de obras viárias no entorno para ter sua capacidade ampliada.

Intempéries

Orçada inicialmente em R$ 22 milhões e com prazo de entrega de seis meses, a obra consumiu R$ 55 milhões e teve um ano de duração. Nesse período, sofreu três embargos judiciais e foi interrompida por duas greves de operários e prejudicada por períodos de chuva intensa.

"Foram 12 meses difíceis, 12 meses de angústias e lágrimas, 12 meses em que apanhamos muito. Quero agradecer ao governador pela confiança que nos foi depositada nesse período", disse, emocionada, Maria Del Carmen, presidente da Conder, autarquia ligada ao Governo Estadual responsável pela conduação da obra.

"Vários tropeços aconteceram no caminho. Nós não tínhamos como advinhar, por exemplo, que todo o esgotamento sanitário teria de ser refeito porque o sistema anterior jogava a água na lagoa de Pituaçu; nem que a Petrobras não poderia arcar com o compromisso de custear as cadeiras e o placar eletrônico por conta da crise internacional. Tudo isso representa custos e prazos fora do previsto", acrescentou Wagner.

Substituição

O estádio Governador Roberto Santos foi construído em 1975 com apenas 12 mil lugares para funcionar como uma alternativa à Fonte Nova, cujos custos de operação não compensavam os jogos mandados por clubes menores, como Ipiranga, Botafogo, Galícia e Leônico.

Desta vez, Pituaçu foi recuperado e ampliado justamente para ocupar a lacuna deixada pela Fonte Nova, fechada desde 25 de novembro de 2007, quando sete torcedores morreram ao cair por um buraco aberto no piso do anel superior da arquibancada.

"Em meio ao drama daquele episódio que ceifou sete vidas, tivemos de tomar uma decisão emergencial, uma decisão mal compreendida por alguns que não entenderam o motivo da inexigibilidade de licitação", disse o governador. "São pessoas que não precisam fazer nada e que só sabem dizer que não pode, mas quem tem a obrigação de fazer não pode se dar a esse luxo, precisa descobrir como é que pode".

Wagner classificou Pituaçu como o estádio que vai antecipar "o maior e mais moderno estádio do Nordeste", que será a nova Fonte Nova, cujo projeto de reconstrução já foi entregue à Fifa como parte do projeto de candidatura de Salvador a subsede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. "Não só em 2014, estaremos peliteando Salvador como subsede, mas no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016 também, caso o Rio de Janeiro seja confirmado como sede", revelou o governador.

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