UOL Esporte Futebol
 
18/01/2009 - 07h00

Comentarista e estrela, Ronaldo tenta "se humanizar" no Pacaembu

Alexandre Sinato
Em São Paulo
Ronaldo teve uma tarde diferente no último sábado. Como sempre muito assediado, o centroavante virou o centro das atenções estando longe do gramado e fazendo o papel de comentarista. Foi perseguido por inúmeras pessoas antes e durante a goleada do Corinthians por 5 a 1 sobre o Estudiantes, no Pacaembu, mas permitiu maior contato daqueles que o cercaram.

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Depois de ser o mais ovacionado pela torcida na apresentação do elenco, Ronaldo enfrentou uma caminhada difícil. Não pela distância, mas pelos obstáculos encontrados da saída do vestiário até a cabine da emissora de televisão para a qual comentou a vitória alvinegra no amistoso.

O Fenômeno foi cercado por três seguranças do Corinthians em todo o trajeto. Um abria caminho e os outros impediam que as pessoas se aproximassem. Junto com eles, Ronaldo arrastava torcedores, jornalistas e funcionários do clube. Os seguranças foram firmes durante o trajeto, até mais do que o jogador desejava.

"Pode deixar ela", disse o atacante em determinado momento, quando uma jornalista se esforçava para se aproximar. A mesma coisa aconteceu quando Ronaldo deixou a cabine de TV, novamente alvo de muito assédio e euforia. "Calma, não precisa de tudo isso", tentou argumentar.

A postura do centroavante reforça o pedido feito na última entrevista que concedeu, em Itu. Apesar de ciente de sua importância para o futebol brasileiro e de se considerar um "prato cheio", Ronaldo gostaria de ser tratado de maneira mais normal em relação aos demais. Contudo, a preocupação do clube com seus passos e a euforia em torno de seu nome só crescem.

O Fenômeno também tentou amenizar o fato de comentar a atuação de seus companheiros a convite da TV Globo. Ele aceitou o chamado para analisar seu time na transmissão, mas tentou reforçar que não estava à vontade para desempenhar tal função.

"Não sou comentarista, é muito constrangedor falar dos meus companheiros batalhando nesse momento difícil da temporada", afirmou o camisa 9. "É difícil assistir a um jogo de futebol como comentarista. Fico me imaginando, vendo os movimentos que eu faria, além de já virar torcedor e torcer pelos meus companheiros que estão ali."

Desde o dia em que acertou com o Corinthians, Ronaldo e o próprio clube reforçaram que o jogador não teria privilégios. E, na rotina da equipe, realmente não tem um tratamento tão especial. O "problema" é que, por sua história, o centroavante atrai atenção incomparável a de seus companheiros de Corinthians.

Fato que, para Mano Menezes, é até positivo em algumas situações. "Com base em sua trajetória e no que já fez, cada jogador tem mais ou menos repercussão. Talvez com mais tempo atuando no Brasil isso tudo diminua um pouco sobre o Ronaldo, mas tem o lado bom: enquanto todos se preocupam com ele, nós treinamos quietinhos", opinou o treinador.

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