UOL Esporte Futebol
 
19/11/2008 - 17h09

Xodó de Luxemburgo, instituto atrasa salários e perde professores

Guilherme Costa e Thales Calipo
Em São Paulo *
Lançado com pompa em março deste ano, o Instituto Wanderley Luxemburgo (IWL), que tem entre seus sócios o atual técnico do Palmeiras, ainda não decolou. Depois de um início promissor, com a adesão de alunos e a venda de franquias, a instituição de ensino sofre com atraso de salários, perda de professores e a debandada de estudantes.

Apesar de nenhum profissional falar abertamente sobre os problemas, as queixas são constantes nos bastidores. O atraso de salários, por exemplo, é uma reclamação usual. Ouvido pela reportagem do UOL Esporte, um professor, que atualmente está no IWL, limitou-se a dizer que "demora a cair", em referência ao depósito do dinheiro em conta corrente.

Sem ter dia certo para receber, outros profissionais desistiram de trabalhar. Além de Suzy Fleury, que era titular da área de psicologia, os advogados João Zanforlim e Milene Castilho se desligaram recentemente do projeto. Todos alegaram publicamente que a incompatibilidade de horários foi o fator determinante para a saída do IWL, apesar de os aspectos financeiros terem "pesado" na escolha.

"Eu saí porque não tinha tempo para conciliar as atividades com a minha profissão, mas é um projeto que eu continuo apostando muito e tenho certeza de que irá dar certo", discursou a ex-jogadora de basquete Hortência, responsável pela comercialização de franquias, mas que também abandonou o instituto no início de outubro.

O assessor de imprensa do Instituto Wanderley Luxemburgo e do treinador palmeirense, Luiz Lombardi, questionou os problemas apontados na instituição financeira. Segundo ele, as denúncias feitas pelo UOL Esporte de que existe atraso de salários, saída de professores e queda no número de alunos não condizem com a realidade.

"Essa manchete é depreciativa. Não existe nenhum atraso de salário e a saúde financeira do instituto vai muito bem. Os salários são fixos por aula e o número de alunos só cresce. Além disso, nunca tivemos a presença de João Zanforlim ou Milene Castilho", afirmou Lombardi.

O UOL Esporte mantém todas as informações publicadas sobre o caso.
ASSESSOR NEGA PROBLEMAS
Outro fato que vem preocupando os docentes é a queda no número de alunos, mesmo com o crescimento de franquias. Como o pagamento aos professores é feito baseado na quantidade de estudantes que cada profissional tem em seu curso, alguns já consideram desvantajoso, por exemplo, ir nos fins de tarde de sexta-feira a Alphaville, local em que as aulas são ministradas e que fica a 26,5 quilômetros de São Paulo, e receberem uma remuneração baixa.

"Contamos com um total de 1.056 alunos regularmente matriculados nos 14 cursos disponibilizados, conforme planejamento inicial, [e temos] previsão de crescimento nos próximos três anos para 10 mil alunos, dentro do realinhamento e disponibilização de novos cursos a partir de 2009", defendeu Pedro Pires, diretor-executivo do IWL.

Apostando no conceito de aulas "telepresenciais", em que os professores ministram suas classes da sede em Alphaville e o conteúdo é transmitido via satélite para as mais de 30 franquias espalhadas pelo país, o Instituto Wanderley Luxemburgo apostava na força do nome do treinador para atrair alunos.

A advogada Milene Castilho negou que tenha saído do IWL. Além de afirmar que continuará dando aulas no curso preparatório de Agente Fifa, a docente disse que seu salário está em dia.

Mesmo com o depoimento da jurista, o desencontro de informações continua no instituto de Luxemburgo. O assessor de imprensa do IWL e do treinador, Luiz Lombardi, negou que a advogada dê aulas na instituição.

"Nunca tivemos a presença de João Zanforlim ou Milene Castilho", disse o porta-voz do IWL. "Ele não conhece todos os professores", argumentou a advogada.
ADVOGADA NEGA SAÍDA
Além do comandante alviverde, que ministra aulas como "Técnica e tática de futebol", o corpo docente conta com vários profissionais de confiança de Luxemburgo. São os casos do preparador Antonio Mello, do fisiologista Cláudio Pavanelli e do fisioterapeuta Filé, todos na atual comissão técnica do Palmeiras, e Luiz Lombardi, assessor de imprensa particular do treinador.

Outros nomes, como o do médico Joaquim Grava e da psicóloga Regina Brandão, já trabalharam com Luxemburgo no passado. A lista ainda conta com o árbitro Anselmo da Costa, que foi afastado este ano dos jogos da Série A-1 do Campeonato Paulista, justamente por estar envolvido com o IWL.

Atualizada às 21h47

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