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16/10/2008 - 09h00

Tropeço no Maracanã consolida pior ano de Dunga na seleção

Fernando Narazaki e Guilherme Costa
No Rio de Janeiro
Um ano de feitos. Mas a grande parte deles negativos. Assim será lembrado o 2008 do técnico Dunga à frente da seleção brasileira. O empate por 0 a 0 contra a Colômbia, nessa quarta-feira, consolidou aquela que é a pior temporada do gaúcho.

AFP PHOTO / ANTONIO SCORZA
Jogadores colombianos comemoram o fim do jogo contra o Brasil e o empate por 0 a 0
SOB VAIAS, BRASIL FICA NO ZERO
MÉDICO CULPA FALTA DE RITMO
CLASSIFICAÇÃO DAS ELIMINATÓRIAS
A equipe disputou dez partidas com a seleção principal na temporada, e só venceu metade delas, com três empates e duas derrotas. Em 2007, o Brasil obteve 11 triunfos em 18 jogos (61,1%), que já havia sido abaixo da performance no ano anterior: 5 êxitos em 6 compromissos (83,3%). Nem um triunfo sobre Portugal, em amistoso a ser realizado em 19 de novembro, reverterá este quadro.

O ataque também está decepcionando na atual temporada, com apenas 12 gols, uma média de 1,2 por partida, bem atrás do que foi alcançado em 2007 (2,1 gols, com 38 tentos) e 2006 (2,3 gols, com 14 tentos). O único item em que Dunga apresenta resultados melhores que outros anos é na defesa, responsável aliás por um dos feitos positivos do treinador na temporada.

O Brasil não sofre gols há cinco partidas nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo, feito que jamais obteve na história. Além disso, Dunga obteve dois triunfos seguidos fora de casa na competição, o que o país ainda não tinha alcançado no formato de pontos corridos.

Porém, a temporada está recheada de recordes negativos. Com a igualdade, o Brasil amargou pela primeira vez uma série de três jogos como mandante nas eliminatórias sem marcar gols e vencer, já que empatou por 0 a 0 com Colômbia, Bolívia e Argentina. Até hoje, o máximo que o país conseguira fora dois empates em 1985 (1 a 1 diante de Paraguai e Bolívia).

A seleção ainda amargou inédito tropeço diante da Venezuela por 2 a 0, em amistoso realizado em Boston. Antes deste revés, foram 17 vitórias em 17 jogos, com apenas quatro gols sofridos. Já o empate com a Bolívia, há um mês, foi o primeiro do país em 23 anos atuando em seus domínios.

Para completar, o confronto que deu as maiores alegrias para Dunga nos anos anteriores foi o responsável por aumentar os questionamentos ao treinador em 2008. A Argentina encerrou o sonho do ouro olímpico, batendo o Brasil por 3 a 0 nas semifinais dos Jogos de Pequim, e ainda arrancou o primeiro dos três empates sem gols da seleção brasileira atuando como mandante nas eliminatórias.

Há dois anos, Dunga viu o país aplicar 3 a 0 sobre o arqui-rival em seu terceiro jogo no comando da seleção, quando ainda era visto com desconfiança. Em 2007, o mesmo placar sobre os argentinos deu o título na Copa América. Mas, agora, o duelo com a Argentina foi justamente o que iniciou os gritos de "Adeus, Dunga" do torcedor, que se repetiram contra Bolívia e Colômbia. E podem continuar em Brasília contra Portugal, que pode também custar o cargo de Dunga.

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