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04/07/2008 - 14h44

Polêmico jogo entre Atlético e Flamengo, em 81, é lembrado em BH

Thiago de Castro
Em Belo Horizonte
A menos de uma semana do confronto entre Atlético-MG e Flamengo, pela 10ª rodada do Brasileiro, que acontecerá na próxima quarta-feira, no Mineirão, uma das partidas mais polêmicas da história do futebol nacional, protagonizada pelas duas equipes, segue na memória dos atleticanos. O jogo entre os dois clubes, válido pela Libertadores de 1981 e que não chegou ao fim, foi relembrado pelo Centro Atleticano de Memória.

CENTRO DE MEMÓRIA DO GALO
O Centro Atleticano de Memória é uma organização sem fins lucrativos fundada em 25 de abril de 2006 por torcedores do Atlético-MG para preservar e divulgar a história do clube. Independente e sem envolvimento político com o clube, o Centro Atleticano de Memória conta com o apoio do clube, que cedeu a maior sala da sede, no Bairro de Lourdes, para sediar a instituição.
Antes da exibição do vídeo da partida entre Atlético-MG e Flamengo, o organizador do projeto, Emmerson Maurílio, revelou que está trabalhando para concretizar um sonho antigo e um dos principais objetivos do Centro Atleticano de Memória: a criação de um museu para o Atlético-MG. "Poderemos ter novidades boas no início do ano que vem", disse.
MALDIÇÃO NA ALA ESQUERDA
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O vídeo da transmissão feita pela Rede Globo daquela partida, disputada no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, foi exibido na noite desta quinta-feira, na sede do Atlético-MG, no Bairro de Lourdes. O programa fez parte da "Sessão em Preto & Branco", que teve a sua quarta edição.

Além do vídeo do jogo, foram exibidas reportagens sobre a repercussão realizadas pela Rede Globo no Jornal Nacional e pela Rede Bandeirantes. Também foram mostradas entrevistas da época com o árbitro do jogo, pivô da polêmica, José Roberto Wright, o lateral do Flamengo, Júnior, e o então presidente do Atlético-MG, Elias Kalil.

"Seria um grande salto para o Atlético, vencer aquela partida. Foi uma grande oportunidade que nos foi tirada de uma forma lamentável", destaca o ex-goleiro João Leite, que esteve naquela partida e foi um dos participantes de um debate realizado após a exibição. "O Wright ameaçava dar cartão sempre, intimidando os jogadores", contou o ex-lateral-esquerdo Jorge Valença, que também esteve presente ao evento.

Além dos dois ex-jogadores, participaram do debate o presidente do Centro Atleticano de Memória, o ex-jogador Walter José Pereira, mais conhecido como Vavá; o novo repórter da TV Galo, Frederico Bolívar e o ex-assessor de imprensa do clube alvinegro Silas Scallione.

João Leite contou que na ocasião a relação entre os jogadores de Atlético-MG e Flamengo ficou abalada. "Mas tudo foi superado posteriormente, tanto que o então atacante do Flamengo na disputa, Nunes, foi jogar no Atlético depois", recordou.

Expulsões em série

Após decidirem o título brasileiro de 1980, conquistado pelo Flamengo, com uma vitória sobre o Atlético-MG, por 3 a 2, no Maracanã, os dois clubes se encontraram novamente pela Libertadores de 1981. As duas equipes representavam o Brasil no Grupo 3, que contava ainda com os paraguaios, Cerro Porteño e Olímpia.

Após a disputa de seis rodadas, os brasileiros terminaram empatados na 1ª colocação com oito pontos cada. Como apenas o campeão de cada grupo se classificava para a próxima fase, foi acordado um jogo extra, em campo neutro, para definir quem seguiria na competição.

Atlético-MG e Flamengo já haviam empatado em 2 a 2, por duas vezes, uma no Mineirão, outra no Maracanã. O jogo foi marcado para 21 de agosto de 1981, uma sexta-feira, no Serra Dourada, que recebeu mais de 70 mil torcedores. A partida, no início, durou apenas 37 minutos.

Tudo corria normalmente até os 20 minutos, quando o atacante Reinaldo cometeu falta em Zico, no meio de campo, e foi expulso, sem ter recebido cartão amarelo. José Roberto Wright, árbitro Fifa, foi aceito em comum acordo pelas duas equipes antes da partida. Pouco tempo após a expulsão de Reinaldo, o ponta-esquerda Éder Aleixo também recebeu cartão vermelho, depois de discutir com o juiz.

A partir da expulsão de Éder, a comissão técnica da equipe mineira invadiu o gramado. Uma longa confusão foi gerada, resultando na expulsão também de Chicão e Palhinha, além do técnico Carlos Alberto Silva e de todo o banco alvinegro, que levou cartão vermelho coletivo.

Apesar do tumulto, a partida recomeçou, mas João Leite caiu no gramado, reclamando de dores na perna. Nova confusão e José Roberto Wright expulsa Osmar Guarnelli. A partida foi dada por encerrada pelo árbitro porque faltou o número legal de jogadores. Posteriormente, o Flamengo foi declarado vencedor do confronto, pelo placar de 1 a 0, e acabou campeão da Libertadores daquele ano, ao bater o Cobreloa, na final.

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