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18/06/2008 - 23h49

Chata, seleção fica no zero com Argentina e ouve "adeus Dunga"

Bruno Freitas e Carlos Padeiro
Em Belo Horizonte (MG)
A magia de Dunga em confrontos com a Argentina na função de técnico da seleção se quebrou. Mesmo empurrado por uma multidão no Mineirão, o time sem inspiração do Brasil não passou de monótono empate por 0 a 0 com os arqui-rivais, que vinham sendo ‘saco de pancadas’ da seleção nos últimos anos. Desta forma, com apenas um ponto somado na rodada dupla das eliminatórias, a equipe nacional se depara com situação de alerta precoce no torneio qualificatório para a Copa de 2010, podendo cair para o quinto lugar, fora da zona de classificação.

PRINCIPAIS LANCES DO JOGO
AFP
Robinho perde grande chance ao demorar para concluir ao gol
Folha Imagem/Ricardo Nogueira
Com gritos de "adeus, Dunga", técnico observa o jogo no banco
PRIMEIRO TEMPO
5min - Júlio Baptista cobra o escanteio fechado e Juan quase faz de cabeça. Bola passa rente à trave do goleiro Abbondanzieri.
16min - Gutiérrez faz boa jogada pela esquerda e cruza na área para Julio Cruz, que cabeceia nas mãos de Júlio César.
22min - Robinho faz excelente jogada e chuta em cima da defesa. Bola sobra para Júlio Baptista, que bate para grande defesa de Abbondanzieri.
23min - Robinho perde ótima chance de marcar ao receber livre e passar por Abbondanzieri na lateral. Atacante invade a área, demora para concluir e perde o ângulo. Defesa argentina volta a se armar e afasta o perigo.
45min - Após falha generalizada da zaga brasileira, Messi avança sozinho e entra na área. Camisa 18 erra feio ao chutar torto na saída de Júlio César.
SEGUNDO TEMPO
11min - Depois de cruzamento de Heinze, Riquelme domina e toca para Julio Cruz. Atacante desperdiça a oportunidade ao mandar por cima do gol brasileiro.
24min - Messi recebe lançamento e domina livre, mas acaba travado por Juan após o chute.
38min - Messi gira em cima da marcação e é travado. No rebote, Agüero isola ao bater muito forte.
46min - Messi chuta forte e Júlio César espalma. Na sobra, camisa 18 manda para fora no último lance de perigo do jogo.
VEJA MAIS IMAGENS DA PARTIDA
CLASSIFICAÇÃO DAS ELIMINATÓRIAS
PÁGINA DO CLASSIFICATÓRIO À COPA
SEM ESTRELAS, ROBINHO FRACASSA
DUNGA DIZ NÃO TEMER DEMISSÃO
GRUPO LAMENTA, MAS VÊ MUDANÇA
ADRIANO: BRASIL RESPEITOU DEMAIS
SITUAÇÃO PREOCUPA, DIZ ROBINHO
DUNGA CRITICA JUIZ E MINIMIZA VAIAS
APLAUSO A MESSI CAUSA IRRITAÇÃO
JUCA KFOURI: "DEU SONO E IRRITOU"
É CERTO CHAMAR DUNGA DE BURRO?
Antes do duelo desta quarta em Belo Horizonte, Dunga tinha a trajetória como técnico da seleção pontuada por duas vitórias por 3 a 0 sobre os argentinos, em amistoso logo em seu segundo jogo no cargo e na final da Copa América de 2007. A escrita caiu no gramado do Mineirão, talvez quando o treinador, severamente criticado nos últimos tempos, mais precisava de um triunfo pessoal. O desempenho do time valeu o protesto feroz de mais de 52 mil vozes das arquibancadas contra o capitão do tetra.

Os brasileiros, que vinham de derrota para o Paraguai no último final de semana no início da rodada dupla, frustraram a entusiasmada torcida mineira com um futebol burocrático e de pouca objetividade ofensiva, mesmo com o pacote de alterações promovidas por Dunga para o clássico, com três mudanças: Anderson, Júlio Baptista e Adriano. Do outro lado, a rival Argentina também quase nada produziu e pouco ameaçou o gol de Júlio César.

Com o resultado, o Brasil alcança os 9 pontos, quatro atrás do líder Paraguai, que soma 13. Em quarto lugar, no limiar da zona de classificação para a Copa de 2010, o time de Dunga ainda está atrás de Argentina (11) e Colômbia (10).

No entanto, o Brasil pode deixar a zona de classificação, no pelotão dos quatro primeiros, até o término da rodada. Tudo porque Venezuela e Chile, seleções que somam 7 pontos, se enfrentam nesta quinta e podem deixar para trás os comandados de Dunga em caso de vitória. A América do Sul classifica ao Mundial quatro equipes, mas ainda oferece chance de ir ao Mundial ao quinto lugar, através de uma repescagem.

O resultado ainda foi histórico para a Argentina, que conquista assim seu primeiro ponto em jogos com o Brasil como visitante em eliminatórias. Antes, os bicampeões mundiais haviam sido batidos em 2000, em São Paulo, e em 2004, em Belo Horizonte, com dois placares de 3 a 1.

Para o Brasil, foi o terceiro jogo sem vitória e sem gols marcados, pois a equipe de Dunga chegou ao clássico de Belo Horizonte após derrotas para Venezuela e Paraguai, em amistoso e nas eliminatórias, respectivamente.

As duas seleções apostaram no clássico na entrada de atacantes de área, grandes, que não vinham sendo titulares ao longo das eliminatórias. No entanto, tanto Adriano como Júlio Cruz tiveram o potencial de finalização anulado pela eficiência das duas defesas.

Além de Adriano, Dunga começou o clássico com duas alterações em relação ao time que havia sido derrotado pelo Paraguai na rodada anterior. Anderson e Júlio Baptista foram as novidades do meio-campo. Mas o jovem jogador do Manchester United, em sua primeira grande chance na seleção, pouco fez antes de deixar a partida com uma entorse no joelho ainda no primeiro tempo, substituído por Diego.

A primeira boa oportunidade do jogo aconteceu aos 16min, quando Cruz foi acionado por Gutiérrez pelo alto na área e desviou de cabeça para a defesa segura de Júlio César. Aos 22min, Robinho recebeu de Adriano, se livrou do marcador com um ‘drible da vaca’, mas foi travado. No rebote, Abbondanzieri fez grande defesa em chute frontal de Júlio Baptista, dentro da área.

Logo no minuto seguinte, Robinho foi lançado, passou por Abbondanzieri na lateral, mas foi cercado pela defesa argentina e não conseguiu concluir.

No segundo tempo, Julio Cruz perdeu boa oportunidade aos 11min, ao bater por cima do travessão, mesmo sem marcação dentro da área. Cinco minutos depois Júlio Baptista exigiu boa defesa de Abbondanzieri em cobrança de falta.

Em seguida, Dunga trocou Adriano por Luís Fabiano e ouviu uma sonora vaia. O atacante do Sevilla se movimentou mais que o companheiro em campo, buscou o jogo, mas não levou sucesso contra a marcação. No geral, acabou sendo muito pouco para uma equipe que precisava dos três pontos em casa.

Depois do empate desta quarta com a Argentina, a comissão técnica da seleção agora se volta para a disputa do torneio olímpico de Pequim, com a equipe sub-23, em agosto. Por sua vez, o time principal volta a se juntar para a disputa das eliminatórias em setembro, para o compromisso diante do Chile em Santiago.

Brasil
Júlio César; Maicon, Juan, Lúcio, Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro, Anderson (Diego/Daniel Alves), Júlio Baptista; Robinho e Adriano (Luis Fabiano) Técnico: Dunga

Argentina
Abbondanzieri; Burdisso, Coloccini, Heinze; Javier Zanetti, Gago, Mascherano, Jonás Gutiérrez, Riquelme (Battaglia); Messi (Palacio) e Julio Cruz (Agüero)
Técnico: Alfio Basile

Data: 18/06/2008 (quarta-feira)
Local: estádio Mineirão, em Belo Horizonte
Público: 52.527 torcedores
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Auxiliares: Wilson Berrío e Rafael Rivas (COL)
Cartões amarelos: Juan e Adriano (BRA); Julio Cruz, Gago, Mascherano e Gutiérrez (ARG)

Hospedagem: UOL Host