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03/06/2008 - 09h02

Aluguel do Morumbi banca salários de Adriano

Luís Ferrari e Paulo Galdieri
Da Folhapress
Em São Paulo
A empolgação da fiel massa corintiana é tamanha que gera lucro até para um de seus maiores rivais, o São Paulo.

O valor cobrado pelo aluguel do estádio ao Corinthians deverá ser suficiente para cobrir todo o gasto do clube do Morumbi com os salários do atacante Adriano, seu principal reforço em 2008, pelos seis meses de duração do contrato do atleta.

Tanto quanto a receita gerada pelo aluguel do Morumbi ao Corinthians, o São Paulo celebra a escolha do estádio com vistas à Copa do Mundo de 2014.

"A opção do Corinthians em jogar lá mesmo depois da liberação do Pacaembu é bem-vinda, porque consolida o Morumbi como o estádio da cidade", afirmou João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo.

Segundo ele, apesar de o estádio ser superavitário para os são-paulinos independentemente do uso pelo Corinthians, a receita dos aluguéis é importante.

Tanto que o dirigente até estima _em cerca de R$ 300 mil_ a importância que caberá ao São Paulo pelo jogo de quarta-feira.

Ao tratar das queixas de dirigentes do Corinthians, de terem sido maltratados na semifinal da Copa do Brasil, Jesus Lopes invocou a segurança.

"Recebemos com bom-humor as reclamações. Grandes circulações entre setores do estádio não acontecem normalmente."
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Levantamento nos borderôs das 14 partidas já mandadas pelo Corinthians no estádio são-paulino nesta temporada mostra que a equipe já repassou ao São Paulo R$ 805.056.

Com o aumento dos preços nas bilheterias para a final de quarta-feira, que não tem mais entradas à venda, a projeção do São Paulo é que a soma dos aluguéis supere R$ 1 milhão.

É pouco mais que o valor desembolsado pelo São Paulo na remuneração de Adriano _jogador emprestado, que tem a maior parte de seus vencimentos oriundos da Inter de Milão.

O valor já gasto pelo Corinthians nos aluguéis corresponde a 9,6% da arrecadação bruta do São Paulo nos 18 jogos que o time mandou no Morumbi.

E, nem assim, o time do Parque São Jorge pode se considerar "em casa" quando aluga o estádio são-paulino.

Na segunda partida da semifinal da Copa do Brasil, por exemplo, cerca de 50 pessoas da diretoria e do conselho corintianos foram impedidos de passar do setor de numeradas ao de cativas do Morumbi por um funcionário do São Paulo. E houve bate-boca entre eles.

O jogo de quarta-feira será o 15º do Corinthians no Morumbi. Em toda a temporada passada, o time mandou nove confrontos lá. A presença mais freqüente _e o conseqüente pagamento de aluguéis_ do Corinthians no Morumbi neste ano é calcada em três fatores: a inédita queda para a Série B, a capacidade do estádio e superstição.

A primeira causa é o adiamento da obra de reforma do Pacaembu. Em 2007, a prefeitura manteve aberta "a casa corintiana" até o fim do Brasileiro, na torcida pelo time escapar da degola. Não adiantou, e o Corinthians ficou desalojado no Campeonato Paulista _o estádio municipal foi reaberto há menos de um mês.

A capacidade do Morumbi é um fator econômico que pesou na decisão de o Corinthians adotá-lo como casa em 2008.

Além de o estádio comportar quase o dobro da lotação do Pacaembu, apesar do gasto com aluguel, proporcionalmente sai mais barato atuar lá que no campo da prefeitura (onde os gastos são parecidos, mas a arrecadação é bem inferior).

O outro fator é a partida apontada por dirigentes e atletas como o divisor de águas da trajetória corintiana na temporada ter acontecido no Morumbi: os 4 a 0 sobre o Goiás, nas oitavas da Copa do Brasil.

Melhor para o time, que vê no palco um trunfo. "Ajuda muito o empenho do torcedor, que está comparecendo em massa, o que acontece porque a gente está correspondendo aos anseios da arquibancada", disse o zagueiro e capitão William.

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