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20/05/2008 - 08h49

Evaldo se realiza como técnico de jovens carentes

  Estou fazendo o que eu gosto em um lugar que estou feliz. Não tenho mais a ambição de treinar o time profissional do Atlético ou do Cruzeiro. Não tenho mais saúde ou vontade para isso
Evaldo, ex-atacante de Cruzeiro e Fluminense, que atua como técnico do projeto "Boa Esperança" e é comentarista esportivo em Belo Horizonte
Evaldo Cruz

12/01/1945

Campos-RJ

Times
- Fluminense-RJ (63-66)
- Cruzeiro (66-74)
- Esab-MG (74)
- Marília-SP (74)
- Cruzeiro (75)
- Deportivo Itália, da Venezuela (76-77)
Títulos
- Carioca (64, pelo Fluminense)
- Taça Brasil (66, pelo Cruzeiro)
- Mineiro (66, 67, 68, 69 e 73, pelo Cruzeiro)
Bernardo Lucas, do Pelé.Net

BELO HORIZONTE - Ex-jogador de Fluminense e Cruzeiro, que viveu seus melhores momentos ao lado de Tostão, Dirceu Lopes e Raul, na equipe celeste, entre outros craques, Evaldo vê no seu trabalho com jovens carentes, a realização como treinador, que nunca conseguiu como técnico profissional em grandes equipes de futebol do Brasil.

EVALDO É COMENTARISTA
Além de treinador do time juvenil do projeto Boa Esperança, Evaldo é também comentarista no programa Alterosa Esporte, exibido pela TV Alterosa, emissora afiliada ao SBT. "Na minha época de jogador, todo falavam que eu tinha muita facilidade para ver os jogos, as características dos jogadores. Por isso surgiu a idéia de me tornar comentarista", disse.
"Fui encorajado por amigos e ex-companheiros, fiz um período de testes na Alterosa, conversei com o pessoal lá, fiquei um tempo e eles gostaram. Mas não sei por quanto tempo ficarei. A qualquer momento podem cansar de mim, mas eu tenho gostado disso", observou o ex-atacante.
Ao contrário do ex-jogador Reinaldo, o "Rei" da torcida atleticana, que é comentarista no mesmo programa e se formou em jornalismo, Evaldo não pensar nesse caminho. "Não tenho idéia de fazer jornalismo. Não quero estender muito isso, tornar como uma profissão. É apenas algo que venho fazendo e não sei até quando vou continuar", afirmou.
O ex-jogador revelou que conversa com Reinaldo, mas disse que não pede dicas para ele. "O Reinaldo sim é formado, sabe todo o lado técnico, a gente conversa muito, mas não fico pedindo conselhos, mesmo porque para comentar alguma coisa em 1 minuto e meio não preciso de ajuda, pois sei bem o que falar", salientou.
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Após ficar 13 anos afastado da atividade de treinador, o ex-jogador, que trabalha também como comentarista esportivo de televisão, em Belo Horizonte, viu no convite para treinar o time juvenil do projeto "Boa Esperança", feito por Palhinha, seu ex-companheiro de Cruzeiro, a chance de ensinar futebol a adolescentes "mais necessitados" e se realizar profissionalmente.

"É um projeto muito legal e bonito. Trabalhamos com meninos que têm maior necessidade entre 16 e 17 anos. A gente leva um pouco do que aprendemos, nos vários anos de profissão, a esses meninos. É um grande projeto, que tem o ex-jogador Palhinha como o cabeça da idéia", comentou Evaldo, de 63 anos.

Além dele e de Palhinha, participam também outros ex-jogadores, como Paulo Isidoro e Piazza. "Entrei em janeiro deste ano. Depois de um logo tempo afastado eu voltei a trabalhar com futebol, que é o que eu gosto, sei bem como funciona e é o que marcou a minha vida", disse Evaldo.

Depois de ser desenvolvido em Ibirité, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os treinos dos times que participam do programa foram transferidos para o Centro Esportivo Universitário (CEU). "Nós damos treinamentos segunda, terça e quinta, temos um campo para poder treinar lá no CEU, temos algumas dificuldades, mas apensar disso, o projeto é muito bom e já existe há bastante tempo ajudando as crianças", observou.

"Eu vi neste convite a chance de fazer o que eu mais gosto, juntamente com o público, com as pessoas que eu gosto que são as crianças. Tentei por muito tempo treinar uma equipe profissional, mas percebi que a minha felicidade é em ajudar de alguma forma as crianças, posso dizer que venho me realizando profissionalmente e também pessoalmente. É algo muito especial para mim", revelou o ex-atacante.

Desilusão

Após abandonar a carreira de jogador, depois de passagem pelo futebol venezuelano, em 1977, Evaldo apostou na carreira de treinador. Ele comandou times das divisões de base de Atlético-MG e Cruzeiro, teve passagens pelas equipes principais de América, Villa Nova, Mamoré (Patos de Minas) e Ceilândia (Distrito Federal), entre outros, além de ter sido auxiliar no Botafogo e Fortaleza.

O ex-jogador aponta a falta de sorte e de oportunidade em trabalhar em uma equipe boa, com bons jogadores, como os principais fatores para ter se firmado na profissão. "Eu nunca tive a chance de pegar um time bom, com bons valores, por isso nunca deu certo. Acabava ficando pouco tempo e acabava saindo, pois futebol é isso, tem muita rotatividade", comentou.

Ele considera que o seu melhor momento como treinador foi no juvenil do Atlético me ser orgulha de ter ajudado a descobrir muitos jogadores. Evaldo cita uma lista grande, em que se destacam, entre outros, os laterais Mancini e Dedê o zagueiro Cláudio Caçapa e o meia Lincoln, que brilham nos gramados europeus.

Nascido em Campos, no estado do Rio, Evaldo diz que viveu uma decepção com alguns jogadores na época em que treinava o América, o que contribuiu para abandonar a carreira.

"Esses jogadores saíam do treinamento e iam para um armazém perto do CT, para fazer confusão, beber e isso afetava em campo. Quando fiquei sabendo fiquei muito decepcionado com tudo isso", lamentou Evaldo, que não quis revelar os nomes dos atletas. Ele garante que não pretende retomar a carreira de técnico em times profissionais, mas admite a vontade de atuar como uma espécie de "olheiro".

Hospedagem: UOL Host